terça-feira, 27 de dezembro de 2022

22.07.14

 

Como é seu hábito levantou-se cedo. A noite acabava de dar as boas vindas ao novo dia. Na casa de banho, utilizando o seu pequeno aparelho de comunicação, olhou as primeiras páginas dos jornais diários. De seguida, abriu as janelas do apartamento para entrar um pouco da fraca aragem matinal. Olhou o céu e viu-o cinzento ameaçador. Lavou-se, fez a cama e saiu com a sua amiga Sacha para o passeio matinal dos dois. Nestes dias de temperaturas bastante elevadas, vai mais cedo para a volta matinal, para que a sua amiga não sofra muito com o calor.

Regressaram e antes do habito diário de lhe limpar as patas, fechou a janela da varanda. Dada a ração matinal aos animais, preparou o pequeno almoço com fatias do pão que trouxe da Zebreira e enquanto torravam, mediu a pressão arterial (104 -52) que continua baixa. Tem alturas em que lhe apetece deixar de tomar os comprimidos. De seguida observou o estado dos vários vasos de plantas e regou os que apresentavam menor sinal de humidade na terra. Na varanda cuidou dos tomateiros(tomate cereja). Aparou depois a barba antes de tomar banho e resolveu sair. Tomou as chaves e os documentos do carro e partiu em busca da ausência.

Rolou serenamente A1 em direção à cidade grande. Não se aborreceu com o para arranca existente na 2ª circular entre o Aeroporto e o Campo Grande. Em Benfica decidiu ir pela CRIL em vez de subir a Monsanto para entrar na A5. Fez a CRIL até Algés e depois a Marginal calmamente com atenção aos sinais e veraneantes das praias da linha. A velocidade a que seguia deu para ver a praia de Santo Amaro de Oeiras assim como a de Carcavelos cheias não só de pessoas mas muito de grupos de crianças que pelos colégios e outras organizações vão com os seus monitores à praia enquanto os pais estarão a trabalhar. No destino não encontrou logo lugar para estacionar. Sem se aborrecer procurou e um pouco mais afastado encontrou. Seguiu a pé pelas ruas. Conheceu vários condomínios, muito ao gosto de determinada franja da classe média, a que ele gosta mais de chamar média burguesia. Pouca gente a andar a pé pelas ruas, sendo o transito dos carros constante. O tempo apresentava-se fresco. Depois de dias muito quentes, soube-lhe bem o andar a pé sentido a frescura da manhã. Olhou as janelas dos prédios. Umas totalmente fechadas e outras meio abertas. Junto à porta do edifício procurou ver o sentido das escadas. Abriu o aparelho de comunicação para consultar a sua memória auxiliar. Tocou a campainha no número certo. De imediato a luz da câmara do circuito interno se acendeu. Aguardou mas não ouve sinal algum. Tudo iria continuar ausente. Se a ausência o viu pelo ecrã do sistema do prédio existente no seu apartamento, não se quis dar a conhecer. Não insistiu. Esperou um sinal que não chegou. Foi em busca da ausência e voltou com a ausência como companhia.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.