Continua
a vida a rodar à volta das ideias mais do que as certezas que o
famosos vírus nos coloca no nosso dia a dia.
O
povo é sereno, disse um dia um Almirante de uma das janelas do
Terreiro do Paço à multidão. Na verdade ao segundo dia útil deste
tempo designado de calamidade os trabalhadores habituais que comigo
se cruzam há meses, de todos só dois não levavam ou
tinham
mascara e um não tinha
porque estava sentado comendo uma sandes enquanto aguardava o horário
da camioneta que o deverá levar até ao seu local de trabalho.
Quando
caminho de manhã e à tarde não uso mascara, procuro seguir por
caminhos onde não haja muita gente desconhecida a caminhar.
É
na forma cívica de como nos devemos comportar que está a solução
para evitar o contágio e assim
não dar
azo a que
o
bichinho faça a sua festa à custa da nossa saúde. As mascaras
podem ajudar o infectado inocente ou
inconsciente a
não infectar o familiar, amigo ou desconhecido quando fala, tosse ou espirra. Contudo uso-a em
locais fechados já antes de ser obrigatório nesses espaços. É que
vale mais prevenir que remediar. Quanto à certificação passo um
pouco ao lado. Tenho três diferentes e caseiras que as uso com o
reforço de um lenço de papel, sendo que o principal é evitar estar
a falar com pessoas muito perto umas das outras.
Por
agora e até à existência da tão aguardada vacina teremos de
suspender por nossa iniciativa, para bem da nossa saúde e da saúde
dos outros, o sermos o país que criou a língua portuguesa, aquela
que melhor traduz o sentimento de sermos um povo de saudades,
nostalgias e afectos.
Depois
quando a vacina nos livrar do medo irracional, das ansiedades
múltiplas iremos voltar a viver e a festejar a vida num tempo novo,
faça sol ou faça chuva.
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