quarta-feira, 9 de março de 2022

22.03.02

Guerra e mais guerra. Ao levantar, ao almoço e ao jantar ligo a televisão que só me dá "papagaios" e "paineleiros" especialistas em tudo, a opinarem sobre a guerra. É normal que a guerra seja notícia, mas tantas opiniões, tantos sabichões? Exceção são os militares que têm falado e escrito sobre a guerra. Passo aos vizinhos espanhóis mais comedidos, mas também é muita guerra. Desligo.

Anda muita contrainformação à solta noticiada como verdade do lado ucraniano, carecendo de informação quando se referem ao lado russo. Uma guerra tem sempre pelo menos dois lados em conflito. Lados em que os líderes se preocuparam mais com a sua ambição do que com os seus cidadãos, com as suas crianças e jovens (aqueles que sempre mais sofrem com a guerra). Dos dois lados da guerra não há santinhos. De um lado e do outro em contenda haverá sempre cidadãos, como eu, que se manifestam contra a guerra contra a mortandade que os "senhores da guerra" provocam, com as suas ambições e ou decisões.

Há muito que se conhece o caráter do líder russo. Antigo espião dos sovietes, de sangue frio, que através de golpes palacianos se mantém no poder, através de eleições, para alcançar os desígnios da sua ambição czarista, de uma Rússia do século XXI imperial. Não esconde a aversão que tem à Democracia liberal, nem o quase ódio que nutre para com os antigos líderes da Rússia Bolchevique, adepto que é do capitalismo puro e duro, contando com o apoio da grande e Santa Igreja cristã ortodoxa russa, numa tal aliança que uma das suas últimas e mortíferas armas aéreas usa o símbolo da própria Igreja ortodoxa. Líder e ditador que não esconde o apoio dado a grupos de extrema direita em vários países europeus.

Do outro lado, um país invadido, cujos dirigentes eleitos começaram por alcançar o poder através de um golpe de estado instigado e apoiado pelos EUA e UE. Dirigentes influenciados por grupos de extrema direita que não tendo representação parlamentar, têm enorme peso na sociedade, condicionando e influenciando as decisões governamentais. Um poder dito democrático que recuperou como heróis, antigos líderes que não só combateram ao lado das forças de Hitler, como se prestaram em campos de concentração nazi a matarem milhares e milhares de Judeus. Quando substituíram o nome da Avenida Moscou, porque não lhe chamaram Avenida da Libertação em vez de Stepan Bandera, o líder dos ucranianos nazistas, agora convertido em herói nacionalista ucraniano, omitindo o seu pensamento ariano da raça pura ucraniana? Regime que se proclama democrático mas que impediu de votarem nas últimas eleições 8 milhões de russos ucranianos. Um regime que se proclama de democrático mas acabou proibindo a tradicional bilingue ucraniano e russo. Proclama-se o seu presidente Zelensky de ser judeu, como se nos Judeus não existissem ditadores, fascistas e nazistas. Basta recordarmos o agora esquecido Médio Oriente. Mas o que fez este presidente para excluir do seu Ministério do Interior o Batalhão Azov?(foto de net). Que fez para anular as outras milícias que defendem princípios arianos, que matam e queimam vivos não apenas cidadãos russos como emigrantes e gays? Que medidas tomou para evitar a entrada no país de elementos extremistas a fim de treinarem e integrarem as várias milícias que utilizam símbolos nazistas? Que fez ele, para agora se armar de vítima, sacrificando o povo ucraniano a um sofrimento escusado. É que bastava cumprir o que o governo ucraniano assinou com os rebeldes pró-russos em Minsk na presença dos representantes da França e da Alemanha e talvez o outro energúmeno não tivesse argumentos para invadir militarmente o seu país.

As lembranças, as saudades que muitos de nós, opositores à guerra, temos da Senhora Chanceler Merkel. Com ela à frente dos destinos da Alemanha e até da UE talvez a guerra nunca tivesse chegado a este ponto, em que o único vencedor será o imperialismo americano, que secundariza a Europa no contexto mundial, enfraquece de que maneira o poder da Rússia, ficando apenas com o problema da China pela frente. Os ucranianos, serviram aos americanos apenas como rastilho para a obtenção dos seus objetivos imperialistas e pouco ou nada mais.

Quando jovem participei em manifestações contra a OTAN. Não me envergonho. Sempre fui e continuo não alinhado, contra a participação do meu país em qualquer estrutura de poder militar externa, que não seja a ONU.

Quanto aos jovens papagaios que soletram o pensamento dos chefes, o que é que eles sabem do que é a ansiedade, a angústia de um combate iminente numa guerra? Não sabem, felizmente, o que é o sentir os pintelhos do cu a bater palmas. Não sabem felizmente. E muito menos o que o militar é capaz de fazer depois de sair vivo de uma emboscada, de uma batalha, quando toda a energia que a emboscada, a batalha gerou e nele se acumulou… é capaz de fazer ao "inimigo". Não sabem, nem imaginam felizmente.

Por fim e para piorar a nossa situação económica e social a entrada à pressa da Ucrânia na União Europeia só nos vai trazer mais e mais dificuldades económicas. O sagrado "Capital" da UE assim como o americano fará da nova Ucrânia o destino dos seus investimentos, das suas empresas e dos seus subsídios…

Se sou contra a guerra e esta em particular, como posso eu escolher o lado de um destes beligerantes se ambos são flores que não se cheiram? 




 

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