sexta-feira, 18 de março de 2022

22.03.12

Sente-se cansado e perdido. Não sabe que caminho tomar.


Vive na cidade com pensamento na aldeia. O sentimento de Liberdade que sente na aldeia do abandonado e esquecido interior raiano não se compara, não tem qualquer semelhança com o da cidade. Se na aldeia o seu sentimento de liberdade é “lacto sensu”, na cidade o mesmo é menos que “stripto sensu”.

Que lhe importa que a casa na cidade seja bem melhor que a da aldeia, se depois lhe falta o espaço circundante e muitas vezes o próprio ar que respira.

Onde é que na cidade se pode tomar o pequeno almoço em casa ouvindo e vendo a passarada cantando e buscando na terra o seu alimento ali mesmo à sua frente. Onde é que na cidade se pode escutar a sinfonia do canto dos pintassilgo que poisam nos cabos telefónicos? Onde é que existe essa cidade, que ele não conhece.

Na cidade algumas casas têm varandas mas por muito bonitas que sejam não se comparam a um quintal pequeno com árvores de fruto e terra para poder cultivar a sua pequena horta, comer os seus produtos, couves, alfaces, favas ou ervilhas, ter as suas ervas aromáticas, as suas flores, todos isentos de químicos. Sentir como a Natureza é fenomenal.

Viver no alto em prédios da cidade é totalmente diferente de viver no chão na aldeia. Deveria ser proibido construir prédios de andares nas aldeias.

Na cidade os vizinhos quase não se conhecem, vivem correndo sempre apressados sem tempo para dois dedos de conversa. Na aldeia todos se conhecem, até mesmo os que por desavenças antigas ou atuais não se cumprimentam não deixando de saber uns do outros.

Na cidade todos vivem correndo num stress sem sentido, na aldeia reina a calma, já ninguém tem grandes pressas pois a idade da maioria assim os aconselha.

As aldeias como que pararam no tempo do desenvolvimento capitalista-consumista.

Os governos submissos e amigos dos poderosos donos do mundo escolheram esse modelo de desenvolvimento social para as suas sociedades. Abandonar as populações aldeãs, forçando-as a saírem das suas terras centralizando a vida nas grandes cidades que depressa se tornaram metrópoles, onde tudo existe para a ilusória diversão da força de trabalho que nelas procuravam uma vida melhor que os seus antepassados tiveram trabalhando a terra dia e noite, abandonados à sorte do tempo.

A vida comunitária em algumas aldeias do interior é inimiga do modelo desenhado pelos senhores dos modernos meios de desenvolvimento da sociedade capitalista que apoiados no desenvolvimento da televisão mudaram de que maneira a vida de todos nós, isolando-nos nas gaiolas de betão das cidades metrópoles vendidas como fator de felicidade e de realização individual.

 

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