quinta-feira, 10 de março de 2022

22.03.10

Corria o ano de 1960 quando Portugal ainda não refeito da perda dos territórios de Goa, Damão e Diu, soube pela voz radiofónica da Emissora Nacional que inimigos revoltosos tinham iniciado uma mortandade de colonos, suas famílias e seus trabalhadores no norte de Angola. O velho tirano da janela do seu palácio gritou para os que em enorme manifestação o apoiavam no largo defronte do palácio, onde o velho tirano professor de finanças públicas vivia e governava o país com mão de ferro - «Para Angola e em Força».

Era ele um miúdo com ainda com nove anos, que recorda o choro de mães, de esposas e namoradas dos soldados da aldeia que se despediam porque foram mobilizados para a guerra em Angola.

O tempo passou. O miúdo cresceu deixando a aldeia e regressando à cidade grande. Já um jovem de 16, 17 anos ouvia na rádio os Governantes “senhores da guerra” que a guerra, não só em Angola mas também na Guiné e em Moçambique, estava ganha. Os inimigos da Pátria tinham enormes baixas e a vitória estava à vista.

E… os anos passavam com a anunciada vitória sempre ao virar da esquina, segundo os Governantes e seus seguidores apoiados pelo lápis azul da censura e por um exército de pides e bufos.

O miúdo que era jovem entrou para o serviço militar. A guerra esperava por ele. No dia em que fez os seus 22 anos chegou ao Mumbué nas quase terras do fim do mundo no designado leste de Angola… e a guerra estava quase ganha.

O jovem alferes nos seus 22 anos ciente do seu papel naquela guerra que não era sua carregava às costas o medo de perder o juízo, a razão, se alguns dos seus soldados, cabos ou furriéis do seu grupo de combate perdesse a vida naquela guerra inglória. O jovem militar, que se recusava ser uma máquina de guerra, tinha consciência e transmitia aos seus homens (alguns ainda nem a barba faziam) que o primeiro mandamento da guerra era, “tenho de o matar antes que ele me mate a mim”; o segundo mandamento era “ao ouvir o segundo tiro nunca posso estar no mesmo local onde ouvi o primeiro”; o terceiro e último “temos de voltar para as nossas casas, custe o que custar”.

Andando nesta vida de palmilhar quilómetros e quilómetros nas matas das terras do fim do mundo atrás do inimigo, decidiu com outro alferes comprarem um rádio com ondas curtas para ouvirem as notícias do mundo. Rádio que lhe dava a possibilidade de ouvir as então designadas rádios “turras”. Aprendeu o jovem alferes que essas rádios do inimigo difundiam a ideia de que a guerra pela independência estava quase ganha, já que o inimigo colonialista, ou seja as nossas tropas, estavam sofrendo pesadas baixas com as ações heroicas, diga-se emboscadas e minas, que os seus guerrilheiros militantes nos impunham.

Tretas de um lado e do outro. Na guerra a contrainformação é rainha e rei.

Quando regressou da guerra para o colo de sua mãe, o ainda jovem participou em manifestações contra a NATO. Ainda hoje é contra a participação de Portugal em forças militares externas fora do âmbito da ONU.

O jovem é hoje um velho antigo combatente. Ao ouvir, ler e ver tudo o que levou à invasão da Ucrânia pela vizinha Rússia, decidiu: - não ouvir televisão que fale ou comente a guerra, nem na rádio ouve programas que analisem a guerra que ocorre na Ucrânia. Não tomar partido por nenhum dos lados. Os dois lados não falam verdade. Ser solidário com os cidadãos ucranianos e russos que sofrem com esta guerra fratricida.

A NATO que se confunde com o poder Americano está estão envolvidos na preparação desta tragédia. Provocaram querendo enjaular o urso raivoso.

Putin, é ser energúmeno de sangue frio, do pior que há. Sempre se conheceu o seu carácter de ditador feroz, ambicioso e sem escrúpulos. Putin, nunca foi flor que se cheire.

Mas, quem é Zelinsky? Como chegou ao poder? Que medidas procurou tomar para impedir a mortandade dos seus cidadãos? Porque manteve Zelinsky no Ministério do Interior Ucrâniano, os nazis do "Batalhão Azov"? Porque não procurou retirar poder de intervenção ao “Setor Direita”? Porque nunca procurou fazer cumprir o célebre, mas esquecido pelo ocidente, o acordo de Minsk entre o Governo da Ucrânia com os rebeldes pró-russos em que a Alemanha e a França estiveram presentes?

Não tomo partido por nenhum dos lados desta guerra fratricida entre ucranianos invadidos, russos invasores e promovida por forças externas (EUA, NATO e UE).

Como digo, sou solidário com todos os cidadãos anónimos que sofrem com os horrores desta invasão. Não esqueço que no lado do povo russo também há quem esteja a sofrer, quer as mortes dos seus familiares nesta invasão, quer os que estão nas muitas prisões russas por se oporem à guerra.

É Urgente, é Preciso a Paz e recuperar de novo a velha frase do «Make Love Not War».


https://www.youtube.com/watch?v=D4a4ULXed_0

Embora o realizador americano seja considerado como pró- Putin, o filme dá-nos uma visão do que era e é a política naquela região e naquele país Ucrânia.

https://www.youtube.com/watch?v=XAWedhn1kBk

Esta reportagem para o Canal Plus francês mostra-nos uma realidade diferente daquela que nos contam.

Com isto, longe de mim estar a defender a invasão ou então o pior energúmeno que dirige um país. Muito pior que o louco norte-coreano. Mas o ucraniano também não é flor que se cheire, no meu modo de olhar o mundo. Infelizmente quem sofre são os inocentes cidadãos, como sempre acontece numa guerra.

Não vejo televisão quando estão "papagaios" a falar da guerra.

Um abraço pela Paz na Ucrânia e no Mundo


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