sexta-feira, 18 de março de 2022

Domingo de Carnaval (22:02.27)





Depois de terem almoçado a preceito de acordo com a tradição da terra, juntaram-se quatro amigos para se deslocarem a Segura afim de observarem o porquê de no sítio do Município o percurso pedestre "Rota das Minas" estar indisponível há dois anos.

Logo no início junto ao edifício onde deveria funcionar o “Centro Interpretativo da Biodiversidade Terras de Idanha” se verifica que independentemente do horário lá anunciado há muito que o mesmo tem as suas portas fechadas. Inaugurado no ano de 2013 para dar a conhecer à população e ao visitante não apenas a beleza natural dos poderosos canchais (montes de grandes blocos de granito), do imponente desfiladeiro do Rio Erges chamado “as fragas”, os magníficos afloramentos rochosos na Freiras junto à ponte cujos alicerces são romanos, mas também a riqueza da biodiversidade podendo-se observar grifos, abutre-preto, cegonha-preta, abutre-do-egipto e a águia-imperial-ibérica em extinção, está de portas fechadas, voltadas para o esquecimento.

Aquilo que em tempo o Município investiu, com dinheiros públicos, criando instalações focadas na disseminação do conhecimento do património cultural e da riqueza natural, podendo ser um importante fator para o desenvolvimento do turismo na aldeia, na agora União de Freguesias, está de portas fechadas, abandonado pela gestão atual do Município, mais interessada em outros temas com visualizações mais pessoais, do que na divulgação da história e da cultura desta esquecida e abandonada região fronteiriça do Rio Erges. Infelizmente não é única, já que na mesma margem do Rio mais a Norte, Salvaterra do Extremo se encontra em idênticas condições. Abandonadas à sorte das suas gentes que teimam em nelas resistir ao tão apregoado progresso consumista.

Tomado este apontamento, seguimos o percurso indicado quer no documento que alguns tinham em posse, quer nas indicações usuais para estes percursos. Ao passar junto à Fonte da Calçada vimos as obras da ETAR, esperemos que as mesmas sejam terminadas antes da próxima campanha eleitoral.

Alcançado o cruzamento que leva às ruínas da Lavandaria fomos visita-las. Em tempos existiu um placar que se supõe ter sido explicativo mas que a ação do tempo tornou ilegível. As ruínas da Lavandaria são só ruínas abandonadas sem sinal de qualquer preocupação pela sua manutenção.

Os caminhos ainda se encontram em mais ou menos bom estado até atravessarmos a Estrada Nacional em direção à mina de estanho, depois tudo se complica assim como a conservação da entrada da mina quase inacessível.


Visto e confirmado, o desleixo, o porque da “Rota das Minas” estar indisponível no sítio do Município, regressámos pela Estrada Nacional até ao ponto de partida onde tínhamos deixado o carro, junto ao abandonado “Centro Interpretativo da Biodiversidade Terras de Idanha”.


Se olharmos aos orçamentos e opções de investimento do Município e da União de Freguesias temos a certeza que a “Rota das Minas” em Segura não faz parte do pensamento cultural de quem governa o Município de Idanha a Nova. Quase que dá vontade de pensar que para os atuais políticos municipais a velhinha aldeia de Segura infelizmente para eles esta do lado de cá da fronteira, tal o abandono a que tem estado sujeita nestes últimos anos.


Já depois de escrever o que acima escrevi, vejo a notícia de que o Município de Castelo Branco disponibiliza APP com dez rotas para se conhecer o concelho. O mesmo partido político governa os dois municípios mas diferentes são as praticas e os objetivos da governação. Enquanto um, Castelo Branco, promove as suas rotas o outro, Idanha-a-Nova, abandona-as ao esquecimento.


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