Às vezes tenho vontade de dizer “bom dia” mas ninguém está ao meu lado
Às vezes ainda sonho não deixando a solidão deitar-se ao meu lado
Às vezes tenho dias em que sentado na minha cama olho pela janela do meu quarto a chegada da aurora
Às vezes sentado na cama leio o pequeno livro que tenho na mesa de cabeceira, “Espiral de Violência” de Dom Hélder Câmara que comprei a 29 de Novembro de 1971, na Cooperativa Livrelco
Já naquele tempo andava por caminhos perigosos que nos ensinavam a pensar nos porquês da vida e da própria humanidade
É longo este meu caminhar, levando-me a ser um tresmalhado nos tempos que correm, um ser solitário que às vezes gostava de dar um beijo e dizer “Bom dia” a quem não está ao meu lado.
Que fazer?
Só há um caminho, seguir caminhando levando a esperança por companhia,
O resto já pouco importa, já não tenho futuro, já não me iludo, apenas sonho
Sou o Carlos, um tresmalhado sem futuro que ainda alimenta algumas esperanças
Escrevo, leio, ouço músicas antigas, planto, semeio, rego e tudo faço com amor, mesmo que ao meu lado não tenha a quem dizer “boa noite” dando-lhe um beijo na testa.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.