No passeio matinal de todos os dias com a minha amiga Sacha, atravessamos estradas em alguns sítios passando nas passadeiras existentes. Ao chegarmos às passadeiras sempre paramos, não tendo o hábito chegar e atravessar só porque o peão tem prioridade, todo o cuidado é pouco, o seguro dizem que morreu de velho e já não vivo tendo pressa.
Quando chegamos ao parque de estacionamento junto das escolas, básica e secundária, que serve de apoio aos transportes rodoviário e ferroviária, como não temos pressa paramos cientes de que os utentes que circulam nas suas viaturas terão muito mais pressa e assim deixamos-los passar com muitos a agradecerem a amabilidade. Há contudo quem não afrouxe a velocidade pois no cruzamento que está logo após a passadeira tem prioridade e, nem se digne olhar para nós como se tudo fosse deles. Face a esse comportamento sigo-os com a vista para observar se vão estacionar no parque ou se vão entrar no portão da escola secundária. Tristemente, alguns são funcionários na escola, talvez mesmo professores. Que exemplos darão aos alunos não faço ideia, pois sou muito crítico ao ensino que no seu todo se foi instalando no país em nome de uma democracia onde não só a ética e a moral parecem ser conceitos ausentes senão mesmo subversivos face ao liberalismo reinante, como também quem parece mandar nos programas são os senhores da Porto Editora e da Leya que produzem livros como se fossem enchidos de lucros.
Entrei no primeiro ano do ciclo preparatório, hoje quinto ano, com ainda nove anos fazendo diariamente oito quilómetros de bicicleta para chegar à escola às nove ou num dia ou noutro às oito da manhã, saindo da escola no final da tarde para percorrer de novo os mesmos oito quilómetros. Foi um miúdo com sorte porque outros rapazes tinham de ir a pé os mesmo quilómetros mais ou menos. Foi no tempo do livro único do regime, mas hoje ao ver o peso dos livros e os programas que variam consoante a editora e o gosto dos professores não sei por onde caminha o ensino ou se ainda podemos falar de ensino como a minha geração o absorveu.
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