sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Era-mos três rafeiros, e agora acordei sem ti aos meus pés. Nestes anos que levamos de companhia raras foram as noites e as manhãs que não estavas aos meus pés. Só quando alguma dor te incomodava te recolhias nos teus cantos. Hoje, nesta noite fria de Dezembro, os meus pés não tiveram a tua companhia.
O nosso amigo, o último a chegar a casa, foi o primeiro a desistir das dores que a velhice lhe trouxe pelos maus tratos que sofreu enquanto vagueou pelas ruas da cidade dos animais ditos humanos. Agora és tu que me das sinais de também me queres deixar e me fazes viver entre as duvidas, do que me dizem e relatam os médicos veterinários e os nossos olhares. Será possível ainda inverteres a marcha com qualidade de vida digna para podermos continuar a viver em companhia mais uns anitos? Não sei, tenho duvidas e medos. Assim me deixei dormir e assim acordei, duvidas e incertezas nesta noite fria de Dezembro onde o amanhecer cinzento não me trás nem chuva nem sol, apenas este frio agoirento que não me deixa sossegado.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.