terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Vi as instalações da IPSS Raríssimas na Moita começarem a ser construídas. Passava todos os dias por ali com o meu amigo nas nossas voltas de manhã ou no final da tarde. Lembro-me de ouvir uma senhora da Associação promotora da ideia daquela obra, falar na televisão dos problemas que estavam a ter para financiar a mesma, tão urgente e necessária aos pais cujos filhos são portadores de doenças raríssimas.
Felizmente não conheço ninguém dos órgãos quer directivos, quer de assembleia geral, conselho fiscal ou outros órgãos consultivos da IPSS Raríssimas. Reconheço a sua utilidade e como tal deve ser apoiada pelo Estado através do Orçamento, ou seja, através dos nossos impostos directos ou indirectos.
Desde as reportagens televisivas sobre a morte infeliz de instruendos no Regimento de Comandos, ou dos “desgraçadinhos” do Grupo BES, que procuro de imediato entender os motivos e interesses que poderão estar por trás dessas reportagens, porque não há almoços grátis.
Quando ouvi a reportagem já em segunda edição, cheirou-me logo a queimado. Infelizmente neste país, as publicas virtudes e brandos costumes ainda pesam muito, ainda fazem escola com mestrados e doutoramentos nas sete sais que o Estado veste.
Na política, como nas carreiras profissionais esta instituída a ideia de um curriculum valioso é aquele que apresentam muitas folhas escritas. Políticos responsáveis alinham nesta ideia onde o que interessa é “fazer curriculum” mesmo que seja apenas e só, dar o nome para facilitar o acesso dessas organizações onde há um amigo, ou um conhecido de um amigo, às benesses dos subsídios e subvenções estatais.
Assim, em vez de se julgar na Justiça os actos de gestão, presumivelmente danosos face ao objecto social da instituição. Em vez de, face às presumíveis irregularidades noticiadas, suspender a dita senhora directora das suas funções já que a mesma não o fez, alimenta-se a fogueira mediática com declarações de inocência, de não se ter conhecimento etc e tal. Mas, o que andaram a fazer e para que servem os órgãos e serviços de fiscalização, quer da Instituição, quer da Segurança Social?
Felizmente tenho sempre o comando à mão para mudar de canal sempre que se vão referir ao caso da Raríssimas.
Não dou para o peditório em curso de levar políticos para a fogueira publica de julgamento popular. Quanto à senhora directora e aos actos de gestão praticados, como disse atrás, que seja suspensa das suas funções até apuramento dos factos. Caso se comprovem as notícias vindas a lume, que seja afastada e proceda à respectiva indemnização para com a Instituição; a não serem comprovados os factos, que seja reintegrada nas suas funções e os delatores terão de responder pelo que fizeram à senhora, à instituição e à política.
A Instituição IPSS Raríssimas é um bem social que tem de ser preservado, pelo respeito e solidariedade que nos merecem os seus utentes, as famílias beneficiárias e os colaboradores que honestamente lá trabalham.
Não dou para este peditório que esconde jogos de baixa política empresarial e incendeia antigos e tristes hábitos inquisitoriais.



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