segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Eu gosto de gostar. Gosto dos dias, de os sentir a deixarem-me passar. Pouco me importo se os dias são grandes ou pequenos, alias em absoluto tendem para a igualdade, a luz diurna é que muda consoante o Planeta se inclina mais para um lado ou mais para o outro.
Dezembro é um mês de pouca luz diurna, achando nós que os dias são mais pequenos. Durante séculos, por estas paragens, este mês foi vivido sob o signo de um Natal religioso de acordo com os preceitos da Igreja Católica Apostólica Romana. A pouco e pouco a celebração do Natal passou também a ser mais uma reunião de família do que propriamente uma festa só religiosa.
Com o chamado desenvolvimento social das Nações e dos Povos, a religião católica vai perdendo a força que tinham num passado recente. Outras praticas religiosas chegam à sociedade portuguesa. A pouco e pouco, Dezembro o mês do tal Natal, é substituído pelo, Dezembro o mês do Pai Natal, símbolo maior do consumismo desta época que ainda o mês de Dezembro não tinha chegado já eles andavam pelas catedrais de consumo a criarem a ideia de que a felicidade nesta época do ano esta nas compras daquilo que não necessitamos mas que o vizinho ou os amigos compraram por ser moderno e obedecer à tradição desconhecida mas presente. Autarquias sempre a queixarem-se de falta de dinheiro promovem festas natalícias em nome da defesa de um comercio tradicional que no passado recente não souberam defender, autorizando a instalação de grandes supermercados e centros comerciais dentro da malha urbana das suas populações.
Dezembro, chegou frio e seco, de céu azul onde a noite é iluminada por uma Lua cheia mais brilhante do que é normal pela sua aproximação à Terra. Nela não vejo nenhum Pai Natal montado nas suas renas trazendo boas novidades para muitos, começando pelos sem abrigos, acabando nos animais cujo sentido de sobrevivência esta a ser enganado por umas ervas que crescem na terra ressequida.
Dezembro, o mês em que nasci. O mês em que fui para a guerra. O mês em que fui pai pela segunda vez. Dezembro o mês da promulgação do Orçamento do Estado. Mês de muitas explicações e contas para justificarem as questões fiscais nele consignadas. Uns gostam e outros nem tanto, havendo mesmo quem veja no Orçamento a promessa de um novo apocalipse. Dezembro o mês em que no final, até o ano muda de número.

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