Há
políticos que muito falam, muito opinam mas nada acrescentam de
valor, isto é, falam falam mas não dizem nada, são gentes de muita
parra e pouca uva, mas é nesta pouca uva que podemos ver a qualidade
do que nos querem dizer, fazer acreditar ou vender.
Há
políticos que sem falarem muito, alcançam altas patentes no partido
e na política, a exemplo de muitos funcionários públicos que
entram e saem do seu local de trabalho sem emitirem qualquer opinião
de valor, e calmamente progridem nas suas carreiras com as promoções
costumeiras. Outros há que fazem carreira sentados nos lugares
parlamentares, sempre prontos a levantarem o rabo da cadeira, quando
o incomodo é necessário para darem a opinião anteriormente
decidida pelo colégio parlamentar ou pelo partido. Dizia eu, darem a
opinião favorável, contra ou de abstenção, sempre e quando o
sofisticado sistema informático tem um “bug” ou simplesmente
esta em baixo e faz greve de zelo face a depressão das ideias
reinantes no hemiciclo.
Há
ainda políticos que acreditam e lutam pelos seus sonhos ideológicos
sejam eles mais à direita, mais ao centro ou mais à esquerda.
Políticos que honram a função com esmero e dedicação.
Há
assim políticos para todos os gostos e matizes. Uns mais
sorridentes, outros mais simpáticos. Outros há com cara de poucos
amigos, um com cara de
quero-posso-e-mando-porque-eu-é-sei-e-não-leio-jornais, chegou a
ocupar o poder e que por lá ficou até a Constituição o permitir.
Bendita Constituição.
Há
pois, em conclusão, políticos para todas as caldeiradas, uns
melhores que os outros, não havendo o perigo de estarmos em presença
de mais uma espécie em vias de extinção. A qualidade é que parece
não obedecer às leis da conservação da energia, estando num
estádio de perda preocupante para os amantes da Liberdade, da
Igualdade e da Fraternidade.
Mas
o pior da Política não são verdadeiramente os políticos, eles são
mais um bem, do que um mal em Democracia. Pior que todos os políticos
em actividade política, são os políticos comentadores televisivos
sem contraditório. Fazem-se passar por ex-políticos. Ora na
política como numa guerra não há “ex”, porque não se pode
deixar de ser aquilo que um dia se foi. Em qualquer sociedade não há
Apolíticos. Como pode alguém que fez o seu modo de vida, de
promoção social nas estruturas partidárias do poder político
dizer-se aquilo que não é. Será sempre um político quer queira
quer não queira. Ainda para mais quando sob a falsa capa de
comentadores apolíticos, aproveitam todos os tempos de antena para
debitarem e fazerem difundir as suas ideias ideológicas, defenderem
amigos e amiguetes dos seus clubes partidários, lançarem picadelas
venenosas sobre opositores políticos externos e facadinhas nos
opositores do seu grupo dentro do partido a que pertenceram e
pertencem.
No
fim de semana passado preparei-me, fiz dieta para ter o fígado em
condições de ouvir um conhecido político comentador televisivo.
Como o espectáculo do jogo em Setúbal não me estava a agradar, não
perdi a acção de propaganda política que o canal do sr. Balsemão
produz todos os domingos. Ouvi com atenção, pois queria ver se iria
reconhecer o erro do “veneno” que há uns meses difundiu sobre a
possibilidade de o actual Ministro das Finanças poder ocupar o cargo de presidente num tal Eurogrupo em Bruxelas. No final, fiquei
contente comigo mesmo, pois raramente lhe dou atenção. Há gente,
há políticos que não se enxergam na sua mesquinhes. Com eles o
tempo que se perde a escuta-los não vale um vintém furado.
Infelizmente, para mim, dizem-me que o mesmo têm grande audiência.
Reconhecendo
que há políticos honestos e decentes em todos os partidos
políticos, da esquerda à direita e vice versa não esquecendo o
centrão, será que algum dia vou acertar o passo com a maioria?
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.