No
alto da pequena duna que o progresso se encarregou de desfazer, olho
o mar, o horizonte de tantas esperanças e de alguns medos de então.
A guerra no mato em Angola me aguardava e ali estava eu na minha
praia em curtas férias a pensar no que fazer à vida. A Consolação
com as suas dunas, com o seu mar e o horizonte lá ao fundo distante,
alimentava-me a esperança e a crença do que a vida me ia
proporcionar… ali as paredes não tinham ouvidos e o sonho
comandava a vida... mas como iria eu despedir-me de meus pais, uma
duvida e um medo que nunca resolvi… só o meu irmão e os primos da
Azambuja me acompanharam na despedida clandestina naquela noite no
Figo Maduro. Ali, naquela praia de areia grossa, de águas frias e
ondas fortes, com nortada ao final da tarde, vivemos, crescemos e
fomos felizes!
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