quinta-feira, 28 de dezembro de 2017



O tempo voa na sua constante, passa indiferente à divisão que a ciência dos homens estabeleceu há séculos lá para trás do tempo. 

Ainda em algumas mesas se consomem as iguarias festivas da noite de Natal, já o mesmo foi esquecido, passou à historia. Os Pais Natal foram-se, pelo que devem estar a aquecerem-se na imaginaria Lapónia, já não se enxergam por cá. Agora há que preparar as mentes humanas para a passagem do ano civil. Hábitos a que nos habituamos sem compreender bem o porque de tanta festa, de tanta euforia, já que o tempo não muda, não desacelera, nem acelera. O tempo nada nos traz, somos nós que o preenchemos, que o tornamos mais leve ou mais pesado, mais colorido ou mais negro.
São só apenas doze badaladas e parece que o mundo muda no instante seguinte, que com elas terminam as guerras e os ódios, acaba a exploração do homem pelo homem, que por causa das doze badaladas o ciúme morre deixando de existir a “violência doméstica” entre os casais, os namorados e até nos separados e divorciados. Como se com as badaladas que anunciam o novo ano, as televisões deixassem de ser submissas ao capitalismo avaro, e se tornassem veículos de educação e motivação positiva dos seus ouvintes; nas cidades os vizinhos passassem todos a cumprimentarem-se quando se encontram, nas vilas e nas cidades deixasse de haver veículos estacionados em cima dos passeios para os peões; os humanos que passeiam os seus cães nas ruas e nos jardins passassem todos a utilizar o saco de plástico para acondicionarem os dejetos dos seus animais. Como se no dia seguinte às doze badaladas os políticos deixassem de fazer tantas promessas irrealizáveis e utópicas; no trabalho a lei principal passasse a ser o “bom-senso” entre os trabalhadores, sindicatos, administradores e patrões; por último, para não ser maçudo, que o Estado com os seus funcionários, trabalhadores, colaboradores, directores, assessores, consultores e Ministros, passasse a ser uma “Pessoa de Bem”, cumpridor dos seus deveres para com os seus cidadãos, duro com os prevaricadores das regras e da ordem institucional por forma a deixar a imagem de um Estado forte com os pobres e desprotegidos mas fraco com os poderosos do capital.
Por mim já há uns dias que mudei de ano acrescentando mais um digito à soma dos anos.
Para os que gostam de viver a ilusão da passagem de ano, e para os indiferentes como eu, desejo a todos que a vida corra mais leve e mais colorida em 2018 do que nestes últimos anos da nossa existência colectiva.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.