sábado, 11 de setembro de 2021

21.06.20

 

Tinha 38 anos quando depois de comer caracóis ao jantar tive uma crise alérgica e um ataque de asma terrível. Pensei que ia morrer sufocado. Naquele tempo pouco ou nada ligava aos sinais que o corpo me vinha dando quando comia caracóis.

Contudo aquela noite marcou-me e deixei de os comer. Cozinhava-os para convívios de amigos e vizinhos mas não os comia, nem tão pouco os provava mas tinha mão e ficavam sempre bons segundo os degustantes de tal petisco.

Ontem, 32 anos depois, com medo é certo voltei a comer só uma dúzia da embalagem que comprámos na Lourinhã já cozidos. Todos os sentidos no estádio máximo de alerta. O tempo foi passando e embora continuando tenso não sentia sinal de qualquer coisa de anormal. Deitei-me cedo como de costume. O medo ia virando receio. Mas nenhum sinal com a respiração. Com o corpo na horizontal logo logo passei ao mundo do sono profundo com viagens ao universo dos sonhos. Quando o relógio biológico do corpo deu sinal que o dia estava prestes a recomeçar de novo, sentei-me na cama ainda o escuro dominava; às escuras os pés acertaram à primeira com os chinelos e ao ficar em pé vi o meu sorriso de orelha a orelha.


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