domingo, 12 de setembro de 2021

21.07.16


 

Escreve quando o dia de domingo ainda não acordou, tudo à sua volta é silêncio. E, no silêncio do amanhecer, deixa-se embalar pelas memórias boas vividas quando rapazinho aqui chegou e jovem por cá se fez. Embala-se nas boas recordações porque saudades só as sente pelo futuro. Contudo, pela primeira vez ao chegar à sua terra adoptiva e ao não sentir qualquer emoção lembrou-se do seu pai. Quantas vezes ele lhe disse que foi por cá que viveu os melhores tempos da sua vida de Guarda Fiscal mas que era lá na Zebreira que estava bem. Acreditava o seu pai ter sofrido um milagre quando para lá voltaram no mesmo dia em que se aposentou do funcionalismo público. Nesse dia terminou o seu sofrimento com a malvada asma que durante tantos anos o fez sofrer. Também ele sente em si essa mudança surda e constante de se sentir melhor lá no seu canto no profundo e esquecido interior de todos os poderes executivos. Lá a vida como que tem uma outra dimensão pelo sossego, pela calma que a passagem dos dias lhes transmite. Sente-se a ficar com as dúvidas se esta mudança nas emoções não será o prenúncio do conceito depreciativo de "velho". Para as suas dúvidas e questões não encontra contudo uma resposta que o satisfaça.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.