domingo, 12 de setembro de 2021

21.07.21


 

Olho o cartão que a República Portuguesa me enviou. Foram necessários quarenta e sete anos para receber um sinal de agradecimento por parte da República pelos dois anos de vida, que os "mandantes" do poder de então, me roubaram à minha juventude, para ir para uma guerra na defesa dos interesses financeiros e especulativos de meia dúzia de famílias amigas e sustentáculo dos velhos ditadores Salazar/Caetano. A mim e a muitos milhares de jovens como eu.

Depois de tantas promessas de tantos recuos finalmente desta vez cumpriram. Importa-me mais o símbolo que o cartão representa do que a parte material que o mesmo me concede. Benefícios materiais que ainda não estão totalmente disponíveis, aguardando alguns a sempre famigerada e adiada regulamentação.

No cartão em vez de um número de identificação, mais um número, que nada me diz, porque não utilizaram o respectivo número mecanografico de cada um dos antigos combatentes vivos. Se é por questões informáticas ao 04420571 bastava acrescentar antes um 0 ou outro algarismo, para perfazer as nove casas deste novo numero de identificação que nada nos diz ou transmite a não ser a frieza, a falta de senso humanista com que os "mandantes" do novo poder democrático sempre trataram os jovens que foram obrigados a combateram em Angola, Guiné, Moçambique sem esquecer os territórios de Goa, Damão e Diu na Índia.

Deram-me um cartão acompanhado de um carta. Agradeço à senhora Secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes e não tendo nada mais a declarar aos costumes disse nada.

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