terça-feira, 14 de setembro de 2021

21.08.12 Zebreira


 

O facto de não estar recenseado no Município de Idanha a Nova não me impede de me interessar pelo que se passa no Município. Tenho lá casa. Vou todos os meses passar uns dias à Zebreira.

Vi o que de bem foi feito pelas gentes da terra com o apoio quer do Município quer de outros órgãos do Estado. Mas tudo isso pertence a um passado cada dia mais distante. Há já alguns anos que a freguesia de Zebreira e Segura ficou esquecida dos poderes municipais. Infelizmente não são apenas a Zebreira e Segura outras povoações estão na mesma circunstância.

Acompanho pela Internet e não só as publicações quer do Município quer de grupos de pessoas das várias povoações.

Ao acompanhar a vida dos munícipes, sinto crescer em mim a tristeza e a revolta, pelo estado político e social que se instalou no Município.

Que culpa têm as populações da Zebreira e de Segura que os órgãos do Município na figura do seu Presidente, esteja e estejam de relações pessoais cortadas ou às avessas com o ainda Presidente da União de Freguesia de Zebreira e Segura? Não sei os motivos de tal estado nem sou aspirante de justiça; não sei a razão dos motivos se pessoais apenas ou também políticos já que ambos foram eleitos para os cargos pelo mesmo partido político, o PS. Mas que culpa tem as gentes destas duas povoações, para serem esquecidas e desprezadas? A maior responsabilidade pelo estado de abandono é do Presidente do Município pois tem outras responsabilidades políticas e partidárias.

Não sou aficionado de touradas mas concordo com a revolta discordante do cancelamento do evento a realizar na Zebreira quando espectáculos semelhantes com as devidas proporções ocorrem na vila de Idanha a Nova ou pelo menos são publicitados.


Vejo que os apoiantes do movimento "Idanha Solidária" deixaram de por aqui, Facebook, publicitar e propagandear o "Cartão Raiano Saúde 0-114" que mais não serve do que para caçar votos, controlar apoiantes e enganar os mais ingénuos. Um seguro privado de doença básico não é complementar do SNS e afirmá-lo é uma tentativa de enganar o munícipe.


O mesmo movimento "Idanha Solidária" utilizando o máquina partidária do PS, que se mostra tão pouco solidário para algumas das suas gentes, utiliza as mesmas frases feitas do novo marketing político para ilustrar várias promessas e projectos a realizar, esquecendo o tempo que os anos de governação lhe têm proporcionado,

. Requalificação do Parque de Campismo

. Requalificação dos Postos de Turismo

. Requalificação dos Percursos Pedestres

. Rotas/Via da Estrela


Todas estas promessas e projectos anunciados com fotos e frases feitas de "pronto a vestir" como que para calar algumas vozes que nesta rede social têm reclamado da sua fraca qualidade, do seu estado ou da ausência de infraestruturas.


Falam muito de requalificação mas nada dizem de concreto. Primeiro pagaram para gente de fora vir elaborar uns planos pomposamente designados por ARU ou seja Acções de Reabilitação Urbana. Como os do Governo exigiam que esses planos ARU fossem explicitados elaboraram os "senhores" que mandam no Município os célebres e quase escondidos PERU ou seja Plano de Execução de Reabilitação Urbana. Elaboraram, aprovaram em Assembleia Municipal mas não explicam porque é que existem PERU elaborados de forma distinta consoante, penso eu, a acção solidária que as povoações lhes merecem. Isto é, para as povoações solidárias e protegidas da acção governativa municipal um plano com certas características específicas, para a maioria restante das populações do Município planos de idênticos com o fraseado das palavras sem grandes diferenças em PERU ou sejam PERU elaborados e aprovados para desenrascar de tipo "encher chouriços" cumprindo desse modo a disposição legal superior.

Agora em pré campanha muito se diz dos planos, projectos e promessas de "Requalificação" mas nada nos dizem sobre os cálculos científicos, sociológicos e políticos que servem de base às verbas previstas alocar pelo Município e pelos munícipes privados na reabilitação urbana das suas povoações das suas casas e arruamentos. Porque se esquecem de publicitar tais valores previstos e aprovados?

Sim, que estudos científicos, sociológicos e políticos serviram para afirmar que no PERU da Zebreira o Município de Idanha a Nova irá investir 520.000,0€ e os cidadãos da Zebreira irão realizar obras de reabilitação urbana da sua terra no valor de 2.650.000,0€?

Que estudos científicos, sociológicos e políticos serviram para o Município de Idanha a Nova comparticipar de forma tão diferente as várias povoações onde os tais PERU são comparáveis.?

Que bases científicas, sociológicas e de política solidária estiveram na base dos PERU de Idanha-a-Velha, Monsanto, Penha Garcia e Monfortinho já que são diferentes dos restantes e desse modo não comparáveis? Será que a tal solidariedade tão apregoada pelos do poder municipal se esgotou nesses planos?


Gosto de ouvir e ler muito quando nos falam da "Cooperação Transfronteiriça e do Tejo''. Gosto mesmo. Mas o que é que ao longo dos últimos mandatos foi feito? Será que a fronteira com a Extremadura para os actuais órgãos e candidatos a novo mandato, começa em Penha Garcia e acaba mais à frente nas Termas de Monfortinho? Serão Salvaterra do Extremo, Segura, Zebreira, Rosmaninhal povoações fronteiriças de um outro município? Ou serão terras virtuais apenas?


Porque gosto de saber da nossa história, não como me ensinaram na escola do livro e pensamento único, mas da outra história feita de muitas histórias escondidas pelos poderes.

Fui parte integrante e activa na última guerra em que o nosso país esteve enredado. Dois anos me roubaram de vida. Dois anos que me fazem olhar sem sentimento de revolta ou de nacionalismos populistas para as guerras que no passado fizeram de nós o país que somos hoje.

Vejo publicitar a presença dos Templários em Monsanto e Penha Garcia, quando na verdade os mesmos Templários foram donos e senhores de todas estas terras que pertencem ao nosso Município e presumivelmente já existiam Salvaterra do Extremo, Rosmaninhal e talvez Segura. Mas para alguns dos poderes de agora Templários só em Monsanto e Penha Garcia.

O mesmo se passa com as celebrações com o rei Wamba dos visogodos em Idanha a Velha quando o apogeu da velha Egitanea (Idanha a Velha) ocorreu com a presença dos romanos.

Não ouço nem vi até hoje qualquer celebração oficial, qualquer placa comemorativa da entrada por Segura da Primeira Invasão Francesa cujo exército de franceses e castelhanos chegou a ocupar Lisboa. Porque não se evoca e comemora celebrando a Paz dos dias de hoje esta e outras datas históricas das guerras que nossos antepassados travaram e que pelas terras do Município entraram, passaram ou saíram. Porque só Templários é o tal rei Wamba visigodo. Um povo sem memória não tem história e sem história não há memória colectiva agregadora.

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