terça-feira, 14 de setembro de 2021

21.07.30


 

Leio e penso comigo mesmo. Porque não sou capaz de escrever coisas de amor, desejos sofridos ou exaltantes?

Porque vejo a vida de forma simples, sem arabescos ou grandes pinturas. Olho as chamadas obras de arte e não alcanço mais nada do que simplesmente o que olho. Vejo mosteiros e palácios e o que me vem à cabeça é o sofrimento dos trabalhadores que neles trabalharam, quantos terão morrido durante a construção. Não sei distinguir se é gótico, romântico ou outro estilo, não sei, sabendo que são grandes obras de engenharia construídas com muitos cálculos, quantas vezes inovadores, sem programas computacionais. Outras vezes fico a pensar nos tristes criados e criadas que eram necessários para tratar dos quartos, salas e salões sem esquecer as grandes cozinhas daquelas grandes mansões, quantos deles seriam escravizados e abusados pelos barões e baronesas dessas grandes casas ditas senhoriais?

Porque vejo eu a vida desta forma incapaz de entender o que é a vida cor-de-rosa que tanto é publicitada de forma intensa a toda a hora pelos vários órgãos do sistema onde vivo desenquadrado?

Os meus porquês e as minhas dúvidas há muito que continuam sem respostas. Quando regressas ausente sem aviso gostava de encontrar palavras que me permitissem jogar com elas de modo a conseguir refletir as imagens que passam na mente sorrindo um sorriso de há tanto tempo perdido neste caminhar em busca dos meus porquês da solução para as minhas eternas dúvidas.

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