terça-feira, 7 de abril de 2020

Cuidado Sr. PM


O Sr. PM naquele seu jeito de falar a sorrir para satisfação de muitos dos seus apoiantes disse que, «teremos de voltar a produzir aquilo que nos habituamos a importar da China». Uma frase bonita para esta ocasião mas, … e depois, … será mais uma vez, palavras leva-as o vento ou olha para o que eu digo e não para o que eu faço? Sr. PM tenha cuidado com o que diz, olhe que o populismo é um outro vírus que esta infectando a classe política e o Sr. PM é um político. Cuidado.
Vejamos o que depois desta batalha ser ganha irá fazer o seu Governo com:
- Repito, depois de vencida esta batalha pandémica causada pelo covid-19, o Laboratório Militar irá continuar a ter os apoios necessários para poder produzir e garantir o stock não só do agora mais que famoso gel, mas dos não menos famosos testes e outros genéricos para fornecimento às estruturas militares assim como ao SNS e outros organismos do Estado? Ou irá de novo ver as suas potencialidades paradas servindo apenas para se nomearem para a Administração algumas figuras amigas, militares ou não?
- Irá o Estado que o Sr. PM é o líder, ter coragem para recuperar o antigo Hospital Militar de Doenças Infecto Contagiosas da Ajuda e que uma petição publica solicitava a sua recuperação sendo atribuído ao Hospital o nome do Capitão Salgueiro Maia?
- Por agora e para acabar, Que futuro e que meios irá o Estado dar ao IMM?
Fico-me por aqui no que respeita à Saúde.
Mas não posso deixar de relembrar o Sr. PM que até criou um Ministério para a Coesão Territorial, que políticas de ajudas o Governo irá ter para os agricultores produtores de melancia que na campina de Idanha a Nova a produzem com excelente qualidade mas com grandes dificuldades em a poderem vender junto das grandes cadeias de distribuição que preferem produto de inferior qualidade mas mais barato, vendendo por vezes “gato por lebre”? Vai o Estado interferir nas políticas agressivas das cadeias de distribuição junto não só dos agricultores produtores como até de muitas pequenas e médias estruturas nacionais agrícolas, de pesca, agro-industriais e outras?, sabendo todos nós que essas grandes cadeias de distribuição preferem ter as suas sedes no exterior em off shores fiscais que a própria União Europeia permite e defende dentro da sua própria união(?). O Sr. PM falou curto, grosso e bem, quando se referiu ao pensamento do “copinho de leite” holandês, mas Sr. PM não tenho conhecimento que já se tenha dado um murro na mesa pedindo a uniformização fiscal na União Europeia para que se aplique aos “empresários espertos” o mesmo regime fiscal em todo o território da União ou na Zona Euro.
Cuidado Sr. PM, com as palavras não caia no populismo ao dizer coisas que depois na pratica podem ser esquecidas, até porque é difícil produzirmos a custos mais baixos do que os chineses. Será que o seu Governo Sr. PM irá alterar as condições das rendas absurdas dadas aos chineses da EDP e da REN? Será que o seu Governo irá financiar o preço dos combustíveis? Será que o seu Governo será capaz de obrigar as empresas de comunicação a praticarem outros preços às empresas produtores de bens transacionáveis e exportadoras?Basta Sr. PM olharmos para o custo da energia (electricidade e combustíveis) e comunicações para se entender parte significativa dos nossos custos de produção.
Depois o Sr. PM até sabe que o ADN do seu partido não lhe permite grandes intervenções estatais na economia de mercado. Será que o Sr. PM quer alterar as regras da nossa economia de mercado e que tantos desgostos e sacrifícios têm causado aos mais pequenos da nossa sociedade? Se assim for cá estarei para, não só lhe dar o beneficio da dúvida como para o aplaudir. Contudo tenho muitas duvidas que seja capaz de o fazer.
Cuidado Sr. PM, não se entusiasme para não cair no populismo barato de outras tristes figuras da nossa praça.
Repare bem Sr. PM que não o estou a criticar mas, gato escaldado de água fria tem medo! É que a minha ideologia e a minha religião Sr. PM é a do “Bem Social”. É por isso que não lhe peço nada para mim pessoalmente. Prefiro caminhar pela outra margem e não pertencer a nenhum dos vários rebanhos que vão existindo quer a aplaudi-lo quer a critica-lo.

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