O
medo. O culto do medo. A exarcebacão
do mesmo. Caminho longo o do medo que permitiu criação de poderes
enormes, riquezas maiores, crenças múltiplas, violências, ódios,
guerras fratricidas e muitas
muitas mortes de
gentios inocentes.
É
na história do medo que a todos rodeia que aqueles que têm mais
poder de riquezas tamanhas procuram os ensinamentos para os usarem
com novas cores, novos sentidos, novas roupagens em novas frases
construídas pelas mesmas palavras e assim nos aprisionarem nas suas
teias, nas suas redes de influência onde mantém aprisionados e
fieis milhões e milhões de seres humanos que não se libertam por
terem medo do que possa estar para lá da sua vida de medo.
É
o
medo que faz muitos de nós executar
medidas de pura selvajaria. A população de uma aldeia que apedreja
com pedras e material pirotécnico autocarro que transportava doentes
infetados pelo
covid-19.
Vizinhos que não querem que a empregada de um supermercado esteja a
morar no seu prédio com
medo da propagação do contágio por covid-19.
O
medo a gerar a loucura. O medo a deixar políticos desvairados. O
medo a levar velhos de pelo
menos um
lar de
idosos a
beijarem uma
cruz sem qualquer medida de higienização. Não me interessa qual a
religião promotora de tal acto que depois ainda o publicitam nas
redes sociais por
vaidade, ignorância ou simples provocação a quem não acredita que
a fé religiosa possa ser o remédio contra o covid-19.
O
medo nas suas múltiplas facetas está hoje ocupando um espaço pouco
saudável nas nossas vidas. Medo pela continuação do confinamento
social. Medo pela abertura gradual da sociedade à economia. Medo até
ter de ter Medo. Até
eu que digo não ter medo, tenho os meus momentos em que começo a
duvidar de mim mesmo.
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