quarta-feira, 15 de abril de 2020

Vigésimo oitavo dia do resto das nossas vidas


O medo. O culto do medo. A exarcebacão do mesmo. Caminho longo o do medo que permitiu criação de poderes enormes, riquezas maiores, crenças múltiplas, violências, ódios, guerras fratricidas e muitas muitas mortes de gentios inocentes.
É na história do medo que a todos rodeia que aqueles que têm mais poder de riquezas tamanhas procuram os ensinamentos para os usarem com novas cores, novos sentidos, novas roupagens em novas frases construídas pelas mesmas palavras e assim nos aprisionarem nas suas teias, nas suas redes de influência onde mantém aprisionados e fieis milhões e milhões de seres humanos que não se libertam por terem medo do que possa estar para lá da sua vida de medo.
É o medo que faz muitos de nós executar medidas de pura selvajaria. A população de uma aldeia que apedreja com pedras e material pirotécnico autocarro que transportava doentes infetados pelo covid-19. Vizinhos que não querem que a empregada de um supermercado esteja a morar no seu prédio com medo da propagação do contágio por covid-19.
O medo a gerar a loucura. O medo a deixar políticos desvairados. O medo a levar velhos de pelo menos um lar de idosos a beijarem uma cruz sem qualquer medida de higienização. Não me interessa qual a religião promotora de tal acto que depois ainda o publicitam nas redes sociais por vaidade, ignorância ou simples provocação a quem não acredita que a fé religiosa possa ser o remédio contra o covid-19.
O medo nas suas múltiplas facetas está hoje ocupando um espaço pouco saudável nas nossas vidas. Medo pela continuação do confinamento social. Medo pela abertura gradual da sociedade à economia. Medo até ter de ter Medo. Até eu que digo não ter medo, tenho os meus momentos em que começo a duvidar de mim mesmo.

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