segunda-feira, 13 de abril de 2020

Vigésimo sexto dia do resto das nossas vidas


Novo dia. Nova semana. É já estamos no vigésimo sexto dia dum tempo em que tudo é igual ao tempo que já passou neste tempo de emergência. Vão variando os números dos mortos e dos infetados. Silêncio ouve-se sem se ouvir cantar o fado. Silêncio que já não enche a alma aos que gostam de o sentir, de falar, de estar com ele. Um silêncio diferente este deste tempo de ausências maiores..
Com o passar dos dias iguais o cansaço quer tomar conta de nós. A cada um compete dar-lhe a volta, fazer-lhe aquela finta à estrela de cinema deixando o cansaço do lado de fora da porta de entrada. Porta de entrada que é também a porta de saída onde o mundo começava antes. É agora uma linha de fronteira virtual que devemos respeitar. Agora o mundo vive-se e reinventa-se dentro da casa de cada um. É tempo para ganharmos o hábito de deixar os sapatos à porta de casa, quando pelas razões estritamente necessárias formos e voltarmos da rua. A rua é hoje mais do que nunca um mundo mágico logo ali ao sair da porta que tantos e tantos desejam abraçar sem o poder fazer. A rua, um mundo mágico assim é cansativo, solitário e triste, desejando o nosso abraço, as nossas festas e tropelias para voltar a ter a vida que só ela, a rua, conhece.
Mundo mágico esse que o vírus nos roubou se queremos cuidar de nós e dos outros.

Ao vírus já nem lhe chamo fdp. Cansei. Quero é que ele me deixe em paz, a mim, aos meus e a todos os outros por todas as ruas, aldeias, vilas, cidades e casas do Planeta. Que se canse e possa voltar para o seu habitat natural deixando de atacar os humanos como o está fazendo. Já tínhamos sofrimentos suficientes para nos entretermos, não precisamos dele, vírus, para nos fazer sofrer ainda mais.

Humanos que não se entendem na forma como o hão-de vencer. Há muitos, até altos responsáveis que continuam a afirmar que isto é simplesmente um problema de saúde pública, que não estamos em guerra porque não conhecemos o inimigo nem as suas armas. Para mim não passam de tretas, onde o preto domina essas mentes. Eles falam bem e, ao falarem representam outros interesses que vivem na sua sombra tomando pequenos almoços conjuntos, secretos reais e virtuais. Eles, altos responsáveis, pelos interesses que representam não querem ver que o enorme problema de saúde pública é a consequência de uma guerra de tipo novo. Guerra esta que veio pôr em causa os milhões de dinheiros gastos nas indústrias do armamento. Estavam habituados a mandarem soldados humanos combaterem, matarem-se uns aos outros sem saberem muito bem o porquê de se matarem, afim de garantirem o funcionamento das suas industrias de guerra altamente rentáveis para os seus amigos que controlam os cordões da economia, que agora só porque o inimigo não se vislumbra à vista desarmada dizem-nos que isto não é uma guerra. Será o que , então?

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