Vigésimo
sétimo dia do estado de emergência. Começo a ficar cansado do
silêncio que me rodeia, esteja a andar na minha volta matinal com a
Sacha, esteja no meu canto olhando
pela
janela a ausência de quase tudo ou
simplesmente
a olhar a quase ausência de vida onde
os projectos de vida se sublimaram uns,
estando outros congelados em suspensão.
Só
o silêncio
me faz companhia neste viver resistente onde
sem darmos por isso a vida confinada de todos se virtualizou.
As
televisões não me prendem a atenção. Talvez
cansados de tantos
mortos moderaram um pouco o seu apetite necrófago.
Repetem notícias ciclicamente. Dão-nos imagens desfasadas
quer da leitura que o pivô faz, quer das legendas que colocam na
base do ecrã. Tirando raras excepções, nas suas grelhas a
mediocridade é contínua. É o que temos. É o que nos dão. Não é
o que merecemos.
Nesta
quase ausência de tudo, fecho-me no meu casulo, mas deixo a janela
da esperança sempre aberta porque não há mal que sempre dure.
Novos tempos hão-de vir que a vida no Planeta ainda não é desta
que as premonições de um tal Nostradamus se vão concretizar. Mais
do que nunca vamos precisar muito mais de
Platão e muito menos de
prozac.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.