Entramos
no vigésimo nono dia que coincide com o início da segunda quinzena
deste
mês de Abril.
Antigamente
quando os campos agrícolas se cultivavam com cereais para com eles
se produzir a farinha sem prazos de validade que seria transformada
ao longo do tempo no pão para alimentar a família, dizia-se nesse
tempo antigo que, "em Abril águas mil" , isto porque para
o bom desenvolvimento das tais searas um pingo das chuvas de Abril
representava um benefício igual ao de mil pingos dos meses de
Inverno.
Agora
neste tempo deste século de futuro já quase não se veem searas nos
campos. O tempo de vida no passar constante dos dias, semanas, meses
e anos trouxe novos hábitos novas mudanças nos hábitos da própria
vida em sociedade. O êxodo dos campos para as cidades mudou
radicalmente a vida quer nos campos quer nas cidades. A vida passou a
ser medida por rácios, por percentagem de números com os conceitos
de produtividade e de rentabilidade a entrar em todos os aspectos da
mesma vida neste tempo que corre quase sem futuro de tão incerto ele
se tornou, fazendo jus à frase "a vida muda num instante num
dia normal".
O
confinamento decretado pelos responsáveis da governança continua a
ser cumprido serenamente. Talvez a abençoada chuva que vai caindo
traga para a Estrada Nacional 10 mais veículos a caminho do posto de
trabalho na cidade grande, pois vejo-os passar em maior número
comparativamente ao tempo de emergência decretada pelos responsáveis
da governança sem chuva. Pouco passa das sete da manhã, caminho
olhando as corridas das nuvens que correm no céu com as mais baixas
a ameaçarem novo aguaceiro. Talvez tenha sorte e não apanhe com ele
em cima. Não me importo seguindo
no passo normal da minha amiga pastora alemã que depois de esticar
as pernas correndo livremente no parque de estacionamento quase
deserto de veículos, segue a meu lado no seu andar satisfeita. Gosto
da chuva. Com ela tudo renasce. A chuva é água. Água doce é o bem
mais precioso de todas as riquezas naturais do Planeta. Esta que tem
caído vem de sudoeste alimentando campos agrícolas que continuavam
em seca grave. Os tais campos que se cobriam do dourado das searas.
Estão
neste
novo tempo de agora muitos
deles
invadidos por estufas e culturas intensivas e super intensivas de
maior produtividade,
necessitando
para tal de
muita água. Estufas e culturas à base de muitos nutrientes.
Nutrientes um nome fino e moderno para a antiga designação de
adubos. Tudo muda, para tudo encontram novas designações para os
mesmos males quando usados para lá da capacidade normal de
absorção da
própria terra. Mas
como o futuro é incerto ensinaram-nos e quase todos se convenceram
de que nesta viagem de vida só o presente interessa. Como não penso
assim sigo pela outra margem. Não caminho sozinho. Outros há que
também trilham os mesmos caminhos da outra margem. Somos poucos, somos teimosos, duros de roer
e pouco representamos nas tais percentagens dos tais rácios.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.