Saímos
para a rua à hora do costume. O gato Lorde anda ausente só aparece
quando lhe apetece ou quando a fome aperta. De leste os raios do Sol
anunciavam o renascer de um novo dia mas, dos lados da cidade grande
nuvens escuras compactas e baixas anunciavam o aguaceiro forte. Mais
ou menos a meio do caminho deixamos de andar na passada da pastora
alemã para metermos nas pernas uma mudança mais rápida na
tentativa de fugir ao aguaceiro que caminhava na nossa direcção,
também ele parecia apressado na sua trajetória. Por minutos
conseguimos chegar sem nos molharmos. Se é certo que sinto falta das
caminhadas matinais mais longas, também é verdade que já não me
custa tanto o subir pelas escadas, deixando o elevador sossegado,
embora não tenhamos conhecimento de que alguém esteja sequer
constipado. Mas mudar de hábitos faz-nos bem.
E
ao décimo quarto dia veio-me lá do fundo dos neurónios a imagem
das bandeiras nacionais.
Não
sei se por ter andado em Aljubarrota a correr gritando de braço
direito estendido "Nós somos os melhores" à volta da
bandeira nacional, se pela obrigação de todos os dias termos de
proceder ao içar e ao arrear da bandeira nacional naquele rectangulo
de arame farpado no Mumbué e depois na Ponte de Zadi, o certo é que
a primeira vez em que senti orgulho em ver a nossa bandeira içada no
alto do mastro, foi quando em trabalho fui de Paris a Compiègne
visitar uma fábrica moderna da industria farmacêutica e, à
entrada das instalações lá estava a nossa bandeira nacional a
dar-nos as boas vindas. Desde essa viagem nos anos oitenta do século
passado passei a olhar e a sentir a bandeira nacional com outros
olhos com outro sentir.
Andando
pelo caminho habitual de todas as manhãs veio-me à ideia que,
quando morre um qualquer barão intelectual
ou conde mal amanhado é
por vezes decretado três
dias de luto com a bandeira içada a meia haste. Então
agora quando morrem tantos cidadãos nos países da União Europeia
não seria oportuno que os países que a integram colocassem todos as
suas bandeiras içadas à meia haste em homenagem aos seus muitos
mortos vítimas deste fdp de vírus?
Abril
entrou trazendo aguaceiros a
querer fazer jus ao velho ditado de “Abril
águas mil”, isto é, um pingo de chuva em Abril valerá por mil
para os campos e suas searas. Bem necessitamos que chova porque
grande parte do território, principalmente para sul, continua em
seca extrema. Agora com os infectados e as mortes causadas pelo
covid-19 os papagaios alarmistas estão entretidos na propagação
noticiosa
das
mortes ocorridas e previsíveis
levando
o pânico aos seus telespectadores, por isso têm deixado em paz os
da governança com a seca nos campos. É que Castelo de Bode tem
reservas de água suficientes para eles poderem ter água na torneira
e
os do sul que se amanhem.
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