quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

22.09.01

 

Tenho consciência que o Estado tem necessidade do cobrar impostos e taxas para a prestação aos cidadãos de serviços públicos fundamentais. A aplicação que o Estado faz desses impostos e taxas é outro assunto, outra coisa.

Não há muito tempo ouvi um ruído grande na comunicação social por um gestor de uma empresa que comercializa eletricidade ter afirmado que o preço da eletricidade iria aumentar cerca de 40% (salvo erro).

Ruído que levou o triste primeiro ministro a afirmar que as faturas dessa entidade passariam a ser visadas por um secretário de estado.

Pensei, na altura, quão triste é o meu país. Então, é necessário um secretário de estado específico para visar as faturas de energia?

Então, o senhor primeiro ministro não confia na honestidade e seriedade dos funcionários públicos competentes que fazem até ao momento o controle das faturas nos diversos organismos do Estado, assim como nos seus Chefes de Serviço e Direções? É preciso um secretário de estado?

Os corredores de Bruxelas têm-lhe feito muito mal, senhor primeiro ministro.

Tudo para nos venderem a ilusão que o custo da energia que se consome nas nossas casas não iria aumentar pelo brilhante trabalho feito em Bruxelas pelos governos de Espanha e de Portugal se bem que na verdade o nosso governo foi mais a reboque do espanhol do que ao lado.

Face a essa brilhante vitória alcançada em Bruxelas, os governos peninsulares acordaram na criação de um mecanismo excecional, que designaram por MIBEL, que no nosso país foi publicado no Diário da República, 1.ª série Nº 93-A de 14 de Maio – Decreto-Lei nº 33/2022.

Ao conferir a fatura do fornecedor de eletricidade o “mecanismo excecional” é suportado pelo consumidor e corresponde a um acréscimo significativo do custo da energia, no caso para um

Custo de energia consumida a 0,2496€/kwh,

suporto um ajuste MIBEL de 0,130993€/kwh

ou seja suporto um aumento no custo da energia não de 40% mas de uns módicos 52,476% na fatura do custo energia/kwh.

Aumento este imposto pelo governo aos seus cidadãos e não pelas empresas que fornecem energia. Tudo claro, tudo limpinho. No lucro das empresas não se mexe. Mas na carteira do consumidor é outra festa, não é senhor primeiro ministro?

E como na introdução do Decreto-Lei se diz que a causa próxima do mesmo é o conflito armado na Ucrânia, já percebi pela viagem que o nosso ministro dos negócios estrangeiros fez à Ucrânia que vou pagar os camuflados e quicos oferecidos às forças armadas da Ucrânia.

Quando fui militar a farda e as botas foram-me descontadas no pré que me davam. Agora, passado cinquenta anos vou pagar camuflados e quicos a outros, voltando a não ser ouvido.

Venha o gás, que o povo é sereno e tudo aguenta contentando-se em fazer barulho nas redes sociais, chamando nomes feios aos políticos, metendo-os todos no mesmo saco para satisfação dos velhos «saudosistas salazarentos», com muitos dos “auto intitulados democratas” a dizerem que a culpa dos «saudosistas salazarentos» estarem em crescimento é dos outros, dos que nunca foram governo.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.