segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

22.11.16

Ao andar pelas primeiras páginas dos jornais, ao passar pela rede social, tomou notas. As manifestações jovens sobre o clima, a guerra na Ucrânia e a guerra entre Costas e a novela Ronaldo.

Nos seus apontamentos já registou com tristeza a ausência de manifestações por parte dos jovens em defesa da paz contra a guerra, como ocorria no seu tempo de juventude embora de forma clandestina, já que a ditadura asfixiante do sistema não tolerava simples ajuntamentos quanto mais manifestações. Agora vai sabendo que há jovens estudantes que se manifestam nas escolas e na rua pelo salvação do ambiente. Jovens que ocupam instalações escolares, invadem edifícios e pedem a demissão do Ministro da Economia. Procurou ouvir o que dizem presumíveis líderes desta onda contestatária pela salvação do ambiente. Ouviu vários jovens. Sentiu-se desiludido, pela ignorância filosófica daqueles jovens, já que manifestam-se para salvar o ambiente, mas nem sequer sabem o que é o Ambiente. Pedem a demissão do Ministro da Economia mas não sabem que economia querem. Sabem que está na moda ser contra os combustíveis fósseis e vai daí querem a proibição desse tipo de energia. Ambiente e Energia são variáveis de uma matriz maior que é a Política Económica. Então que modelo propõem os jovens contestatários para a Economia?. Não sabemos. No meio dos jovens lá vi a líder populista bloquista a debitar banalidades. A uma triste juventude juntou-se outra tristeza maior com aceitação televisiva.

A guerra, a incapacidade dos políticos de braço dado com a ambição desmedida dos senhores que mandam os outros matarem-se para que eles possam ficar na história. Morrem os inocentes, sofrem as populações da Ucrânia, da Rússia e da restante Europa, cujos políticos nunca referendaram as populações sobre se devíamos ou não participar naquela guerra entre blocos imperialistas, antes nos impõem a censura democrática do pensamento único criado e difundido por agências ao serviço do imperialismo ocidental, os bons, contra o ressurgir do imperialismo da Russo, os maus. Se é verdade que o míssil bomba que atingiu a Polónia, um país da NATO, foi disparado pelas forças da Ucrânia, país que não pertence à NATO, porque que é que os falcões da NATO não acionaram o famoso artigo 5° do tratado para castigarem o agressor, Ucrânia, em defesa do país aliado, Polónia, que foi agredido por um míssil bomba mandado pelos ucranianos? Naquela como nas outras guerras passadas nunca nos contam a verdade nua e crua porque faz parte da "Psico" da própria guerra.

A outra guerra. A guerra dos Costas. O António e o Carlos. Começando pelo Carlos. Mais importante que a sua capacidade de liderança, do seu medo de decidir de forma justa, mais importante que tudo isso o senhor parece ter nascido com o dito virado para a Lua. Soube ao estudar integrar-se num grupo de amigos de curso e faculdade que com pezinhos de lã e algum saber, foram-se adaptando e singrando na política por detrás dos reposteiros, cultivando as suas reuniões periódicas lá no Alto Minho. Dividiram-se pelos dois maiores partidos políticos, os do chamado centrão, nunca deixando de se protegerem com nomeações para altos cargos quando um deles ocupava uma cadeira no governo. É assim que o amigo das tais reuniões sabendo da amizade que o senhor Costa tinha com o «Homem do Poço» inquilino em Belém, o indica para governador do Banco de Portugal. Indicação aceite sem pestanejar. Depois de ter andado no eldorado de Bruxelas é - lhe oferecido de novo um outro eldorado, o Banco de Portugal. Há pessoas que nascem sob o signo da sorte com os amigos e com os tachos-bancários bem remunerados. Este não esqueceu os amigos que o colocaram no pedestal dourado, vai daí um amigo publica um livro sobre o senhor para ressuscitar múmias políticas moribundas com alguns submarinos ainda no ativo bem encostados.

Já o Costa que é António, chegou a primeiro-ministro depois de ter dado os parabéns aos ganhadores "pafiosos" de uma tal Aliança Portugal. Depois de reconhecer a derrota caiu-lhe dos céus a possibilidade dada pelo velho comunista de poder governar com acordo parlamentar com os dois partidos que a voz corrente do sistema apelida de extremistas e antidemocráticos. O perdedor A Costa não tem outra alternativa e aceita assinar um acordo escrito com os dois partidos apelidados de extremistas antidemocráticos. Rubricado o acordo leva-o a Belém onde um novo-velho ou velho-novo professor de finanças públicas saído de um poço para um palácio se vergou a aceitá-lo como primeiro-ministro indigitado e aprovado pela Assembleia da República, depois de muito espernear. O A. Costa governou então e embora não cumprindo todos os pontos do acordo, deu ao país a esperança de se poder viver um outro ciclo de medidas um pouco mais humanas do que até esse tempo conhecíamos. Foi o melhor Governo da era constitucional pós 25 de Novembro. Quando se vai de novo a votos o A Costa ganha mas perde, isto foi, ganhou sem maioria parlamentar. Fiando-se na virgem ou na sorte, recusou-se a rubricar novo acordo de cariz parlamentar. Quis governar com terra à vista, agradando a gregos e a troianos na busca de novas eleições. Tinha o A. Costa um amigo político em Belém. Um presidente que tendo sido professor de direito, gosta muito mais de estar na crista da onda populista barata, do que cumprir preceitos e normas constitucionais; um político presidente que gosta de se imiscuir não só nos assuntos governativos como promove e patrocina guerras internas no seu partido político do pós 25 de Abril. Antes, pertencia à nova geração da ANP do Estado Novo. Na discussão do segundo orçamento da legislatura A. Costa e o amigo-político em Belém conseguem os seus intentos, novas eleições. O amigo-político em Belém esperançoso que o ciclo político possa voltar para os barões do seu partido político no pós 25 de Abril. Com as intrigas presidenciais no maior partido da oposição, com o medo que cresce em largos setores da população que normalmente votava nos partidos ditos extremistas e com a erosão dos votos tradicionais nos partidos do centro direita para novas organizações políticas muito mais à direita do que estávamos acostumados, o perdedor A. Costa alcança uma maioria parlamentar estável e segura para o seu partido, levando a partir desse momento a vida do Zé, entre cantigas e casos de vergonha política, a caminho do empobrecimento coletivo. Também nesta guerra dos Costas se sente triste com o caminho que o país leva.

Já na telenovela Ronaldo, ele que gosta do CR7, leu críticas de opositores ao jogador, mas não comentou. Aguardou para ouvir a entrevista dele, não foi na onda de ouvir frases soltas do que ele terá dito e não disse. Concorda absolutamente com o jogador quando ele diz que a imprensa é lixo. Felizmente ainda há na comunicação social bons profissionais. São uma minoria mas existem. Ouviu as razões do Ronaldo, não ouviu nem leu o que dirá o outro lado de tais afirmações. Está solidário com o homem jogador e não o critica por mandar o barro à parede como que a dar ao empregador razões para um despedimento com causa justa. A ver vamos o desenrolar desta novela após o mundial de futebol.


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