segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

22.11.18

 

Cumprindo-se o ritual de há vários anos, levantou-se ainda a noite reinava no exterior. Depois do ritual da higiene, sentou-se na sua velha cama de ferro, olhando pela janela tentou decifrar como estaria o tempo, só viu dúvidas e escutou silêncios. Sente-se bem no seu canto, longe do mundo mundano, que dia a dia vão ficando mais longe nos seus gostos de homem solitário. Sente uma ligação especial com a sua velha cama de ferro que o acompanha desde que se casou, recusando-se a substituí-la ou a adaptá-la aos novos standards. Nunca foi de modas, nunca ligou a essas coisas das tendências do Outono-Inverno ou da Primavera-Verão, não entendendo porque se tem de comprar tanta roupa nova quando roupeiros e gavetas estão cheias de roupa. Dir-nos-ão que é preciso para que o PIB e a economia cresçam. A nova e velha história do sistema que nos dá qualidade de vida tapando o Sol com uma peneira cheia de buracos. Nunca o Planeta esteve tão globalizado em versão de altíssima velocidade, nunca foi tão fácil comunicar e nunca existiu tanta solidão. Segundo dados de entidades credíveis a população chegou aos 8 mil milhões de habitantes Homo Sapiens, nunca houve tanta riqueza nas mãos de tão poucos nem tanta pobreza em milhões de seres Homo Sapiens. E, o meu país que nunca foi grande com tantos novos nascimentos por esse mundo fora segue em contra ciclo envelhecendo e empobrecendo, querendo manter um nível de vida aos seus cidadãos acima das suas possibilidades, recorrendo constantemente ao acréscimo da dívida pública, colocando nas mãos de uma tal minoria usuária sem rosto, o futuro dos vindouros.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.