segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

22.11.05

 

Anda sem forças para fazer as coisas que pensa e tem de fazer. Quando chega o dia, outra coisa lhe aparece para fazer. De manhã deixa para a tarde depois de almoço. Mas à tarde deixa para o dia seguinte, para no final do dia se sentir revoltado consigo próprio por não ter feito o que tinha para fazer.

Nem mesmo a "ausência" tem dado sinais, já que a loucura que por vezes sentia tomar conta de si não o tem incomodado.

Os seus pensamentos têm sido muito mais focalizados para o seu canto raiano e o futuro cada dia mais incerto como nunca o sentiu durante esta sua caminhada terrena, ele que vivenciou a angústia de andar com uma G3 nos braços em busca do inimigo seu semelhante numa guerra sem sentido nem solução militar, vê hoje o futuro muito mais incerto do que naquele tempo de guerra da sua juventude.

A vida está cada dia mais cara, mais difícil. Tem consciência plena que os líderes políticos que governam não olham os preços dos produtos dia a dia nos supermercados, nem eles nem a corte de parasitas sanguessugas que fanaticamente os seguem. Para eles uma lata de feijão cozido passar de 0,69€ para 0,74€ não é nada de mais para quem trabalha recebendo o salário mínimo com os ditos recibos verdes. Para essa gente fanática iluminada de pensamento único ocidental e evangélico tudo é culpa do malvado e sanguinário ditador Putin que um dia invadiu a vizinha Ucrânia, país soberano. Um país, um exemplo de democracia onde os líderes políticos oposicionistas são calados e colocados em hotéis de cinco estrelas, desaparecendo alguns não pelos métodos democráticos da trilogia CIA-KGB-MOSSAD, mas por caírem nas escadas depois de se embebedarem com o melhor scotwhisk que amigos do Ocidente lhes enviaram; um país transparente nas suas relações internas e externas onde os off shores não fazem parte dos hábitos dos seus patriotas empresários e governantes multimilionários de tanta riqueza acumulada lícita e ilicitamente para glória e satisfação de um povo que mesmo antes de serem invadidos pelo exército do russo Putin eram o povo mais pobre deste designado continente europeu; um país que produz leis igualitárias para os seus habitantes, que de um dialeto do sul da Rússia fez a sua língua de raça pura ucraniana, proibindo a antiga língua russa de ser ensinada e utilizada pelos milhões de antigos russos, que de tão velhos só sabem falar russo já que mesmo antes dos dirigentes bolchevistas da antiga URSS terem transferindo aquelas terras e cidades para a Ucrânia já os seus antepassados russos lá nasceram, viveram e morreram, para agora eles não poderem continuar a ensinar e utilizar a sua própria língua na família e na vida da coletividade, proibidos que foram pela lei igualitária que os designa de pretos-eslavos, eles que têm olhos azuis e cabelos loiros como os outros que durante anos foram vizinhos e amigos, são agora para o poder ucraniano-democrático-e-igualitário, tão elogiado pelas elites políticas ocidentais, de pretos eslavos ao nível abaixo de judeus e ciganos um pouco acima dos pretos-africanos e gays; antigos russos que passaram a ser ucranianos com a implosão da URSS e que depois do golpe de estado de 2014 patrocinado pelo mais poderoso do ocidente colocando no poder os democráticos adeptos da raça pura ucraniana, passaram a ser russófonos. Russófonos que se organizaram procurando uma maior autonomia para as suas regiões, que por duas vezes assinaram acordos com os democráticos adeptos da raça pura ucraniana para o estabelecimento das condições dessa autonomia. Acordos assinados perante representantes da Alemanha, da França e da Rússia. Acordos que nunca os democráticos adeptos da raça pura ucraniana cumpriram antes passaram a fechar os olhos aos ataques e chacinas que os mais amantes da raça pura como os famosos democráticos do Azov, do Setor Direita e Sovobda iam cometendo ao longo tempo, desde 2014, perante a indiferença quer da Justiça democrática adepta da raça pura ucraniana, quer dos países democráticos do Ocidente que supervisionaram a assinatura dos acordos para o estabelecimento duma certa autonomia na região do Donbass. Os cerca de 14 mil russófonos que morreram desde o golpe de estado em 2014 não eram seres humanos para os líderes e elites do pensamento único ocidental que nunca se manifestaram preocupados com essas mortes e chacinas.

Agora, ao fim de oito meses de guerra fratricida na Ucrânia entre um ocidente dominado pelos interesses americanos, com uma União Europeia submissa sem "tomates" para impor uma estratégia europeia que salvaguardasse o bem estar dos cidadãos, face ao outro do lado, o chamado invasor, onde o líder Russo adepto do capitalismo liberal selvagem, adepto e financiador de milícias e partidos adeptos dos princípios arianos vai conquistando terreno numa guerra que de todo era evitável. Com o "general inverno" à porta e com a tradição russa de com ele derrotar e dizimar exércitos mais poderosos, o futuro também passa mais pelo dia 8 de Novembro ocidental do que dos drones, bombas e ataques aéreos de um lado e do outro.

E nós na ponta mais ponta a sudoeste do designado continente europeu, pedalando com esforço titânico para nos mantermos na cauda económica e social da união europeia, como iremos resistir, já que, os que mandam olham mais para o próprio umbigo sem olhar a meios, do que para o próprio país, para serem considerados nos corredores do poder bruxeliano "bons alunos" do liberalismo europeu súbdito do americano, fazendo lembrar tempos de 1640 quando o clero (igreja) e parte da nobreza estavam com os Filipes de Castela, contra os nobres e povo revolucionário que dizendo basta restaurou com sangue, suor e lágrimas a Independência Nacional.

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