Andando nestas terras de nortada e mar, procura fugir das notícias que lhe asfixiam o pensamento. Percorre caminhos de juventude quando ainda inocente por cá cresceu e se tornou homem. No banco antigamente de cimento, no alto da arriba frente ao extenso areal, enfrenta de peito e braços abertos o vento norte que corre apressado em alta velocidade. Tem a esperança que a nortada lhe possa levar para longe pensamentos, "ses" e o sorriso que o vêm atormentando. Procura fugir à loucura silenciosa que teima em o acompanhar, em todas as esquinas por onde caminha. Lê e anda caminhando por caminhos, trilhos e veredas. Visita e conversa com antigos e novos amigos que nestas terras de nortada e muito mar têm e cultiva. Aceita as diferenças, na busca de que aceitando os outros, talvez se consiga libertar não só das notícias que deturpam a verdade e formatam mentalidades, mas também das recordações e do sorriso que lhe vão asfixiando o pensamento silenciosamente. Mas, ao deslizar sereno pela Marginal Norte com tanto mar à sua direita, em todas as curvas da mesma, lá estava o sorriso de mão dada com o "se". Na mochila levava a sua Olympus, ainda olhou para a máquina fotográfica deixando-a ficar porque só ele vê e capta o sorriso.
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