segunda-feira, 20 de março de 2023

09.03.23

 

E quando pensava que com os seus setenta e dois anos já tinha visto e ouvido de tudo, eis que nos últimos tempos é surpreendido com declarações de personalidades que pouco ou nada lhe dizem, porque pertencem às lideranças do universo da multidão da qual se tresmalhou por vontade própria, andando na outra margem na procura de entender os "porquês" e os "se".

Há uns dias ou talvez semanas, já não tem a certeza porque nenhum valor lhe atribui, ouviu e leu que o "rei da fruta podre" no futebol cá do burgo, clamava pela "verdade desportiva". Interrogou-se, como tal era possível? Com tantos vídeos demonstrativos das trafulhices que ao longo dos anos patrocionou.

Hoje pela manhã, leu as primeiras páginas dos jornais e depois da volta matinal, ao tomar o pequeno almoço ligou a televisão e confirmou, que o presidente deste país em entrevista a dois amigos e servos, aconselhou o ministro das finanças deste governo (sem outro azimute que não sejam os objetivos dos neoliberais em Bruxelas), a refletir no seu passado. De imediato mudando de canal pensou interrogando-se, como era possível o presidente fazer aquela declaração? Sorriu e disse para a sua sombra: - "olha quem fala", porque é que o senhor presidente não faz o mesmo, não olha para o seu passado, terá vergonha? Um converso com muita lábia populista a dar conselhos a um ministro que infelizmente para o regime democrático andou e anda sempre metido em situações opacas mal cheirosas para a governação da coisa pública.

Das três personalidades em causa, não gosta de nenhuma, pois olhando da outra margem vê-os populistas sem pingo de vergonha não fazendo falta à Democracia e ao Estado Social no seu insignificante pensar.

Há gente sem memória e sem pingo de vergonha, que é aclamada pela multidão embriagada pela ação psicológica dos órgãos de comunicação social, incapazes de pensar tão anestesiadas vão vivendo na ilusão do que lhe contam, uma multidão que é incapaz de ler ou pensar no que dizem e contam os outros que pensam diferente, procurando mais as razões do "ser" do que a ânsia de possuir o "ter".

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