domingo, 12 de março de 2023

23.01.01

Lá fora o escuro da madrugada ainda se sobrepõe à claridade do recomeçar do novo dia.

Deitou-se pouco passava da meia-noite. Sentado no sofá com os ouvidos fechados ao que se passava no ecrã televisivo, dormia. Acordou com os foguetes que os entusiastas destas celebrações fizeram estalar. Recorda que abriu os olhos faltavam 5 segundos para a alteração do 2 pelo 3. Bebeu um cálice de Porto e voltou a fechar os olhos para se alhear, mas como não conseguindo resolveu continuar o sono na cama que sempre é melhor do que no sofá, principalmente para a velha e queixosa coluna vertebral.

Deitou-se com os "se", pensando no impossível. Dormiu de um sono só até às cinco. Procurou continuar sabendo que não iria conseguir entrar de novo no mundo do sono. Já tinha descansado as horas normais suficientes. Levantou-se, bebeu água e recomeçou os seus rituais de todas as manhãs. A ausência foi de novo a sua companhia. Novo Ano, vida velha é a sua. 

Com o pensamento longe chegou a hora de se vestir para ir com a sua amiga dar o ritual passeio matinal. Conferiu a previsão do tempo no seu aparelho de comunicação. A confirmar-se a previsão a chuva anunciada seria de pouca monta. Gosta da chuva, não se importa de andar à chuva, talvez a chuva o possa limpar das nódoas que foi cometendo ao longo da sua viagem.

Pensa na sua mãe recordando-a com a gratidão do amor que não se esquece. Tem vontade de estar com ela. Errou mais uma vez, um erro que o castiga. Não há dia em que não ouça críticas. Tem de ganhar forças para zarpar rumo ao seu canto, porque lá estará com os seus enquanto que aqui pouco mais é do que nada num mundo onde os seus não entram. 

 

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