sábado, 11 de março de 2023

22.12.10

 

Sábado dia 10. A alvorada foi mais cedo. De Lisboa para Viana do Castelo foram três. Já foram mais mas alguns desistiram e outros já terminaram a sua viagem terrena. O amigo mais ao Sul das terras do litoral no Baixo Alentejo já tinha feito a viagem de carro com a sua senhora. Do interior da Beira Baixa outro amigo saiu de autocarro rumo ao Porto onde uns amigos o esperavam para rumarem a Viana. A viagem no Alfa Pendular ocorreu sem incidências até Vila Nova de Gaia, onde outro amigo os esperava para depois passarem por Santo Tirso pegar mais um amigo e chegarem ao Forte de Santiago da Barra de onde há 50 anos, no dia 15 deste mês de Dezembro partiram de comboio militar rumo a Lisboa, embarcando nessa noite num avião dos TAM rumo à desconhecida Luanda.

No Largo junto ao Forte de Santiago da Barra, onde passaram três meses de Setembro a Dezembro em 1972, já os esperavam os restantes amigos que vivem no Minho e arredores.

Efetuados os abraços e os cumprimentos procurando cada um saber como o outro amigo estava de saúde, iniciaram a marcha pelas ruas da cidade a pé até ao Restaurante.

O antigo capitão miliciano preparou uma tarja comemorativa da reunião e deu-se início ao convívio degustando a comida e conversando das coisas da vida passada e da atual.

Na reunião estavam presentes elementos de todas as classes que integraram a 2ª Companhia de Caçadores, desde os antigos oficiais milicianos, os antigos sargentos milicianos, os antigos cabos e soldados milicianos especialistas e operacionais de G3 e muita ração de combate; ração de combate que como sempre é recordada como uma das várias coisas ruins que ficaram a conhecer daquele tempo em terras do Leste (Mumbué) e no final da comissão junto à fronteira com o Congo Zaire (Ponte de Zadi).

Há 50 anos ainda mal se conheciam, eram todos jovens, alguns ainda nem a barba precisavam de fazer, sendo a grande maioria nascida em 1950 e 1951. Depois a disciplina e o respeito pelas hierarquia impunha alguma separação no convívio, mas os dois anos vividos entre o arame farpado, as bases táticas e muitos dias de operações, ajudaram a fomentar uma amizade entre eles que passado tantos anos se mantém, onde todos cidadãos de corpo inteiro se sabem respeitar uns aos outros.

Porque a viagem de regresso voltava a ser longa, antes de saírem do restaurante ficou acordado que no início do mês de Junho irão de novo encontrar-se nas imediações da cidade do Porto, estando já designado o amigo responsável por encontrar o local do novo «toca a reunir os resistentes soldados da 2ª Companhia do Batalhão de Caçadores 5010».

Um dia bem passado, porque é do melhor que se pode levar da vida o reencontrar velhos amigos que comungaram alegrias e tristezas ao longo de dois anos na terra quente e rica de Angola. Como nota negativa, o não poderem entrar no antigo Forte de Santiago da Barra, fechado ao fim de semana, transformado que foi para servir o Turismo funcionando como Escola de Hotelaria.





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