sábado, 11 de março de 2023

22.12.21

 

Não gosta desta época, destes dias que antecedem o Natal. A hipocrisia anda de mão dada com a mentira por todo o lado. Cansa-se com a presença destas ao seu redor.

Não tem vontade de festejar celebrações que já nada lhe dizem. O seu Natal ficou lá atrás no tempo.

Como pode este tempo de Natal ser feliz se a vida está tão difícil, se o horizonte está carregado de nuvens escuras tóxicas, não de abençoadas águas de Esperança? Num tempo em que a pobreza em vez de diminuir cresce a olho nu, as mesas dos indiferentes enchem-se de iguarias. Já muito poucas lhe sabem bem, antes pelo contrário, todas têm aquele sabor a supérfluo, compradas ou elaboradas porque é moda e não feitas com alegria e amor, como acontecia às poucas coisas que a mesa dos seus pais tinha, mesa onde o amor e o carinho marcava presença.

Hoje como há cinquenta anos, quando fazia o caminho de Luanda para Nova Lisboa com a sua companhia de caçadores, o Natal é uma miragem, onde já nem o cheiro das castanhas assadas pelos vendedores de rua existe.

Sente-se ainda mais só nesta época. Logo ele que nasceu nesta época.

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