sábado, 11 de março de 2023

22.12.23

O jovem casal chegou à cidade grande em busca de uma vida diferente da que teriam se ficassem nas suas terras de nascimento, no interior profundo da Beira Baixa junto à fronteira com os vizinhos espanhóis.

Nasceram na década de vinte do século passado, num tempo de muitas dificuldades, muita pobreza. Ele trabalhava na terra ambicionando ser agricultor, mas a vida trocou-lhe as voltas e com a morte de sua mãe, ainda nova (53 anos), a casa agrícola de seu pai declarou insolvência e o jovem João viu-se forçado a procurar outra profissão, entrando com um seu irmão Francisco na então Guarda Fiscal.

No final da década de quarenta, terminada a chamada Segunda Guerra Mundial, os jovens João e Luísa casaram em 1947 e quando o João foi colocado num posto da Guarda Fiscal em Lisboa trouxe a sua mulher, Luísa, para viver com ele. Os dois alugaram um quarto na casa de uns senhores, e assim foram vivendo cerca de três anos. No início do ano de 1950 a 4 de Janeiro naquele quarto do n°25 da Rua da Centieira nasceu-lhes o primeiro filho a que puseram o nome de João Alberto. E, passado pouco tempo, a jovem Luísa ficou de novo grávida. Antes de nascer a desejada filha, uma irmã da Luísa de seu nome, Otília veio buscar o João Alberto para o levar a viver com ela e os avós na Zebreira. Quase nas vésperas de Natal desse ano de 1950 a jovem Luísa deu à luz no mesmo quarto do N°25 da Rua da Centieira, não a desejada filha, mas um outro rapaz. Ainda não seriam bem as 8 horas da manhã do dia 22 de Dezembro, quando o jovem João ao entrar de serviço no Posto da Guarda Fiscal de Cabo Ruivo já lá tinha o telefonema a anunciar-lhe o nascimento do segundo rapaz. Decidiu o casal, João e Luísa, dar-lhe o nome de Carlos António ao seu segundo filho.

É assim que ao longo dos anos os dois irmãos chegam a ter a mesma idade e não são gémeos porque um nasceu a 4 de Janeiro e o outro a 22 de Dezembro. 

 

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