segunda-feira, 20 de março de 2023

15.02.23

 

Nunca fez greve. Defende a existência da Lei da Greve, é um direito dos trabalhadores, que tão atacados tem sido indiretamente pelas sucessivas alterações à Lei do Trabalho em obediência às sempre novas exigências dos pragmáticos liberais acérrimos defensores do capitalismo puro e duro à vontade do dono.

Pouco tem a favor das greves que os sindicatos dos professores estão desenvolvendo. Pouco tem a favor da política economicista que os sucessivos Governos têm levado a cabo na Educação, na Escola Publica.

Não sendo professor, não tendo filhas na escola, apenas as suas netas frequentam e bem a escola pública, compreende os inconvenientes que as greves sempre provocam nas vidas familiares. Compreende e aceita.

A educação cívica dos jovens começa e acaba em casa com seus pais. A escola pode e deve ajudar, sendo na sua função educativa a implementação dos saberes que permitam aos jovens a sua emancipação humana e intelectual, com base nos conhecimentos científicos e filosóficos, que os professores lhes transmitem.

De volta à cidade arrabalde da cidade grande um dos seus percursos matinais leva-os a passar junto de duas escolas de ensina público. Escolas que estão separadas por um grande parque de estacionamento que serve de apoio à estação dos comboios suburbanos e regional, assim como aos vários autocarros da agora designada Carris Metropolitana, antiga Rodoviária de Lisboa (muda-se o nome para que tudo continue na mesma com novas cores).

Das várias passadeiras que na sua caminhada atravessa há uma que dando acesso ao parque de estacionamento, tem logo uns dois a três metros à frente um cruzamento onde os que se apresentam pela direita perdem a prioridade pela sinalética implementada por quem de direito.

Ontem ao chegarem à passadeira como é seu hábito e da sua amiga Sacha pararam. Nisto vem uma viatura conduzida por uma senhora que nem fez intenção de parar para que pudessem atravessar, mas logo logo soube buzinar de forma pouco agradável a um outro condutor que não respeitando a perca de prioridade se atravessou apressado para estacionar no parque. Seguiu com o olhar atento o percurso da senhora e viu o carro entrar para as instalações da escola secundária.

Hoje, no mesmo local de novo pararam ao chegarem à mesma da passadeira com a Sacha a sentar-se aguardando o sinal de poderem atravessar. Ele na beira do passeio olhou e viu vir um carro que passou por ele sem fazer a menor intenção de parar. A senhora que o conduzia nem para eles olhou. Seguiu com o seu olhar atento o rumo do carro, se iria estacionar ou se também iria entrar na escola secundária, o que na verdade aconteceu.

Dois dias, dois casos de funcionários de uma escola pública cujos professores sabem e bem pedir "Respeito". Dois casos que de certo não representarão o corpo docente da escola, mas como podem aquelas previsíveis professoras, mais do que “contínuas” agora na nova designação de Auxiliares de Ação Educativa, pedir "Respeito" se elas não respeitam o pacato cidadão numa passadeira de transito bem sinalizada, quando estão fora da sua atividade profissional?

Um exemplo que felizmente não será regra geral, mas que o ajudam nas duvidas que tem sobre as greves que os sindicatos dos professores estão desenvolvendo assim como da ação dos representantes do Governo nas negociações em curso, pois que os dois lados com as razões que possam ter, não estão a dignificar a Escola Publica como está consagrada na Constituição da Republica..



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