sexta-feira, 10 de março de 2023

22.12.01

 

Novo mês, as mesmas rotinas, as mesmas notícias, nada muda nesta vigência do pensamento único do democrático ocidente. Pensamento criado e moldado por agências ao serviço dos senhores sem rosto nem coração, e, difundido por uma comunicação social dominada por eunucos.

Eles mantêm a vida da gente numa ficção que poucos veem e sentem indignando-se impotentes, pouco lhes servindo a indignação com que se manifestam contra o estado atual das mentiras e suposições transformadas em verdades absolutas pelos ventrículos assalariados na comunicação social existente. Gente pequena, obediente, mesquinha e interesseira que se contentam com o abono mensal na sua conta bancária ignorando e esquecendo o código deontológico da sua profissão de jornalistas.

Não é fácil viver nesta vida com consciência do que se passa à sua volta.


Dia 1 de Dezembro, feriado nacional comemorativo da Restauração da nossa independência perante Castela e Aragão em 1640. Dia que celebra o fim dos 60 anos em que fomos governados e vilipendiados pela coroa castelhana dos ultra católicos “Filipes de Castela e Aragão”. Uma data histórica em que sobressai a figura da castelhana Dona Luísa de Gusmão, casada com o nobre D. João, futuro rei de Portugal, D. João IV.

Não há muitos anos tivemos de novo nos corredores dos palácios da nossa pobre democracia, políticos do calibre e dimensão dos que não só em 1580 entregaram o reino à corte castelhana de Filipe II, como depois em 1640, nobres e clero, se opunham à nossa independência face ao poder instituído. Era ainda um tempo de plena Inquisição e Santo Ofício, uma ditadura religiosa feroz que governava a seu belo prazer o pensamento único vigente de então. Ai de quem pensasse diferente… que logo se acendia mais uma fogueira.

Reposto o feriado e com ele a verdade histórica, pelo melhor Governo que o país conheceu após o estabelecimento da "Nova Ordem Democrática", temos hoje um Presidente que veio educado e formatado pelo Estado Novo mas que a 26 de Abril se torna em democrata converso, como muitos dos seus amigos correligionários de partido. Um Presidente que hoje, 1 de Dezembro de 2022, enaltece o papel da etnia cigana que em 1640 lutou com as tropas nacionais pela independência do Reino, enquanto alguns nobres e clero estavam ao lado dos castelhanos (mas isto não o disse o senhor Presidente democrata converso). Não é pois de admirar que após ter jurado a Constituição da Republica, documento maior de toda a legislação nacional, logo se esqueceu do juramento ignorando o ato, para ir correndo beijar os anéis quer da monarquia espanhola quer da oligarquia do Vaticano.

Hoje como ontem ou como amanhã vamos cantando e rindo mais preocupados se o golo marcado ao Uruguai foi de um ou de outro jogador esquecendo que o golo foi da equipa de Portugal., já que vivemos alegremente subjugados à invisível democrática ditadura da felicidade.

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