terça-feira, 21 de março de 2023

12.03.23

Felizes os que conseguem saborear a velhice, para a qual um dia nascemos, crescemos e vivemos correndo em alta velocidade para a abraçar, ignorando o tempo na sua constante inalterável.

É um velho, sem vontade de ser mais novo. Sem vontade, porque não gostava de ser mais novo, sentindo-se bem na sua jovem velhice.

Viveu num ciclo de vida de grandes transformações positivas para a humanidade. Transformações que nos permitiram deixar a vida dura e difícil que nossos antepassados sofreram para que pudéssemos ter uma vida melhor que a miséria reinante do Portugal do Minho até Timor como difundiam os senhores do poder aos sete ventos.

Inebriando-nos com a Liberdade, snifando a Democracia passámos a viver num estado ilusório de vida mais fácil concedida por uma CEE do Estado Social Europeu; criamos e demos aos filhos facilidades, só facilidades, quantas vezes por nos lembrarmos das dificuldades porque passámos ou porque queríamos esquecer o passado onde fomos moldados, sem dar conta de que estávamos de novo a ser formatados para um modo de vida sem ética nem moral que lentamente a pouco e pouco nos vai transformando, roubando até os sonhos, os desejos, as utopias com que nos inebriámos quando jovens na flor da idade dançávamos com a Liberdade, onde o limite era a felicidade desconhecida de um outro modo de vida.

Agora com a sabedoria que a vida nos deu olhamos para o futuro mais carregado de rugas e papos do que os que vemos em nós quando nos olhamos ao espelho, tais os medos e a incertezas medonhas com que constantemente somos metralhados.

Felizes os que conseguem saborear a velhice, para a qual um dia nascemos, crescemos e vivemos correndo em alta velocidade para a abraçar e com ela podermos saborear a vida que nos resta. 

 

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