quinta-feira, 16 de março de 2023

23.01.23


 

É defensor do Estado Social.

Um Estado que proporcione aos seus cidadãos uma escola pública universal desde a infância até à licenciatura (Finlândia); um Estado que garanta um Serviço Nacional de Saúde público e universal, que invista em meios técnicos e humanos de modo a garantir a assistência condigna a todos (Dinamarca); um Estado que garanta uma Segurança Social Universal permitindo reformas e pensões condignas em função dos descontos efetuados com alguns tetos máximos (Suíça); um Estado que garanta a segurança dos seus cidadãos quer com umas forças armadas proporcionais, quer com forças de segurança pública que zelem pela manutenção da ordem pública sem tiques racistas ou homofóbicos e nunca sujeitas a enxovalhos públicos televisivos; um Estado que proporcione oportunidades à iniciativa privada com setores de atividade definidos sem nunca se deixar condicionar por esta, investindo na agricultura, na indústria, defendendo o nosso mar, para criar condições a uma indústria-agroalimentar privada de qualidade; que apoie os investigadores criando oportunidades para a criação de valor acrescentado em bens e serviços transacionáveis.

Não é pois um liberal.

Um Estado governado por gente política que interiorize a função como uma missão e não a degradação a que se tem assistido, em que a função política é vista como um investimento para o "tacho" ou o melhor caminho para o "tacho" bem remunerado à sombra do "centrão".

O Estado precisa de gente com moral e ética cívica e política, e não este desfilar de oportunistas tipo «big brother político» que nos é serviço por uma comunicação social nas mãos de conversos, sempre pronta a proporcionar modernos autos de fé, relembrando velhos métodos do Santo Oficio (Inquisição).

A incorreta designada "geringonça" foi uma luz ao fundo do túnel a brilhar, indicativa do caminho que é possível trilhar para mais tarde paulatinamente se chegar à desejada "sociedade mais decente". A sociedade mais decente criar-se-á com um Estado Social onde os ricos possam continuar ricos e os pobres cada vez menos pobres.

Não quis o líder desse bom governo continuar esse caminho de esperança, servo submisso que é aos liberais e neoliberais de Bruxelas, arrisca-se no sua deriva levar o partido socialista, onde sempre militou, no caminho que Betino Craxi e François Hollande levaram os seus partidos também eles designados de socialista em Itália e França, ou seja, à sublimação política do mesmo.

Tinha, o sr. Costa, tudo para proporcionar uma vida diferente ao país mas preocupou-se mais com o seu umbigo em Bruxelas e vai daí envaideceu-se escolhendo para governar amigos e amiguetes saindo de cada escolha uma minhoca tóxica.

Não venham os correligionários ortodoxos fieis ao partido apontar o dedo dizendo que a culpa é dos extremistas de esquerda. Estes, por muito que lhes custe reconhecer, provaram aquando do primeiro governo minoritário com apoio parlamentar que são partidos de palavra e convicções, permitindo livrar o país dos neoliberais que antes tinham desgovernado e desbaratado o pobre Estado Social.

Tristemente o desnorte político é visível. Escolhem-se governantes pela capacidade de executar e não por terem ideias e princípios políticos, como se para executar não haja diretores, chefes de serviço e trabalhadores na máquina publica.

Assim vai o país ao fim de 48 anos de democracia em que passamos de um Estado pobre mas independente, a um Estado de pobreza escondida vassalo de um poder não eleito em Bruxelas que decide, anulando a nossa independência económica e social. Éramos pobres mas felizes acreditando na Democracia. Hoje não somos pobres, não somo ricos, somos uns remediados tesos de mão estendida em Bruxelas perdendo paulatinamente a fé na Democracia, como se esta fosse culpada dos erros humanos.

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