segunda-feira, 20 de março de 2023

28.02.23

À hora do almoço ouviu num dos canais detidos pelo converso DDT, conde de Bilderberg, o senhor presidente a comentar a vinda do presidente brasileiro às comemorações do 25 de Abril.

Aquilo que ouviu do senhor presidente não gostou de ouvir sobre a natureza do 25 de Abril. (*)

Senhor presidente, o 25 de Abril de 1974, não foi uma ação insípida, inofensiva, isenta de partidos mas não de política, antes um ato político heroico de jovens militares contra a ditadura fascista-salazarista, logo um ato político carregado de enorme simbologia e heroísmo.

O senhor presidente que nunca cumpriu o serviço militar obrigatório, como os outros jovens da sua geração, é natural que queira branquear a história gloriosa do derrube do regime ditatorial onde foi educado com todas as mordomias que o Estado Novo concedia às famílias protegidas do mesmo, e, onde o senhor era olhado pelos seus padrinhos do regime como um jovem com largo futuro.

Goste ou não o senhor presidente, o 25 de Abril de 1974 derrubou o regime fascista que vigorou em Portugal durante 48 anos. Ao derrubar o regime fascista-salazarista, a ação heroica dos jovens militares, carrega em si uma simbologia política que nem o senhor, nem os líderes políticos, nem os conversos que dominam a comunicação social deste país podem branquear.

Depois, com a chegada da «Nova Ordem Democrática» em Novembro de 1975 a classe política que nos tem governado logo tratou de “matar” a festa popular da conquista da Liberdade e da Democracia, tratando de a restringir às cadeiras do palácio de S. Bento para em anuais discursos de ocasião, cada ano sempre mais longe do sonho que em Abril de 1974 nasceu para o Portugal Livre e Independente.

É na desvirtuação da simbologia que a data representa que um fraco ministro do atual governo, concretiza o convite que o senhor presidente já tinha feito ao então ainda candidato Lula da Silva, para como presidente brasileiro vir às comemorações dos 49 anos da data que permitiu o Portugal Democrático. Nada tenho contra o presidente Lula e a sua vinda. Ele é o líder democrata do maior pais de língua portuguesa, mas o Brasil nunca andou em guerra com Portugal, lutando pela sua independência. Os que lutaram e foram uma das causas que estiveram na origem do 25 de Abril de 1974, foram os vários movimentos africanos em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique que durante treze anos guerrearam o regime português do Estado Novo. Mas o senhor fraco ministro, embora já tenha passado como governante pelo Ministério da Defesa não deverá ter conhecimento das causas que estiveram na origem do 25 de Abril de 1974, ou então já as deitou no lixo por não serem agradáveis para os seus amigos neoliberais de Bruxelas.

Tudo a Bem da Nação, que para lá das tricas internas, Bruxelas aplaude os esforços dos que procuram namorar para o “Ocidente” os presumíveis integrantes impulsionadores mal comportados do designado movimento BRIC’s como embrião de uma nova ordem mundial alternativa ou complementar à atual cujo epicentro em Washington está em crise que se agudiza com a guerra que ocorre na Ucrânia entre o chamado Ocidente liderado pelos interesses americanos e os interesses russos.


(*)Falas ouvidas que o levaram até Silva Porto (1974), quando já depois da data gloriosa do 25 de Abril ter ocorrido em Portugal, passados uns meses integrou uma comissão ad doc de militares do Batalhão que se recusavam a obedecer querendo negociar a ordem que tinham recebido de rodarem para a fronteira norte de Maquela do Zombo; perante as altas patentes militares que comandavam o setor militar e que lhes tinham dado ordem de prisão, o forte argumento dos militares-milicianos para quererem desobedecer à rotação ordenada por Luanda, era a de que também o 25 de Abril tinha sido efetuado contra os preceitos das normas e regras militares estabelecidas pelo Estado Novo no RDM – Regulamento de Disciplina Militar, pois se o mesmo RDM fosse cumprido nunca se teria verificado a data gloriosa do 25 de Abril de 1974.

(foto da net)

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