segunda-feira, 13 de março de 2023

09.01.23

Aprendeu política na sua juventude durante a noite negra fascista em modelo salazarento. Tinha 18 anos quando em 1969 despertou e desde então gosta de ter opinião política, ter ideias, para tal lê , estuda e vê pouca televisão por não encontrar nos canais existentes o necessário e urgente contraditório formativo e cultural.

O tempo que leva de vida também lhe ensinou a ver, a descodificar os muitos conversos, os oportunistas que saltam de partido com facilidade, os aldrabões e outros afins que medram nos partidos políticos, não só nos que têm exercido o poder governativo mas também nos outros que se fazem de oposição.

Gosta de ser político sem partido. A sua militância é demasiado insubmissa para se deixar acorrentar por qualquer chefe ou corrente à volta do chefe num florescer de pensamento único, pelo que não dá para esse peditório.

É republicano, não seguindo uma religião, é pacifista anti-anarquista, defensor do Estado Social Europeu, forte. Um político com opções políticas que ainda tem capacidade para mudar e evoluir. Nunca se achou dono da verdade, menos ainda da certeza absoluta. Habituou-se a caminhar em cima das muitas dúvidas que o caminho lhe ofereceu.

Vê com tristeza o atual estado da política, não só no país como na Europa e no restante Planeta.

Às vezes pensa se ainda seremos de verdade independentes, tão submissos vivemos com as esmolas venenosas em rios de dinheiro que nos servem os de Bruxelas.

O que seria de todos nós sem os dinheiros venenosos de Bruxelas?

Como não é investigador de história mas apenas um simples leitor de factos históricos, dá consigo a pensar se o país não é o mesmo que no século XVI com uma nobreza afogada em corrupção e um clero ortodoxo amante ferrenho da ditadura religiosa do Santo Ofício, se entregou submisso a Castela durante 60 anos, para agora no século XX, uma classe política submissa se entregar de novo não aos castelhanos mas à corte de liberais e neoliberais que dominam os corredores de Bruxelas, para desse modo poder viver uma vida acima das suas reais capacidades.

Quando os poderes governativos nos aumentam os impostos sobre o rendimento do trabalho ou do consumo, dizem-nos que é para desse modo obtermos rácios que os de Bruxelas impõem. Quando por haver condições económicas exigimos que um imposto sobre o consumo baixe, dizem-nos os políticos submissos que primeiro têm de obter a aprovação de Bruxelas. Coçando a cabeça fica a pensar, onde estará o verdadeiro poder executivo e legislativo que em eleições escolhemos?

De que nos serve ter um governo de maioria absoluta parlamentar que se diz de esquerda aplicando no país o modelo liberal de Bruxelas?

Um governo de maioria absoluta parlamentar com um primeiro ministro (o chefe) que perante o ruído de um administrador de empresa energética comunica ao país que as faturas da energia passavam a ser visadas por um secretário de estado, para mais tarde com os seus nomeados e empossados amigos andarem de trapalhada em trapalhada com demissões a condimentar o desnorte existente, vir comunicar de novo ao país que o secretário de estado que passa a ministro já tinha dado provas de ser bom executante. Valha-me todos os Santos e Santas a função do ministro não é de decidir, de implementar políticas defendendo-as, mas apenas e tão só de executar o que de liberais de Bruxelas nos mandam implementar.

Andou ele de G3 nos braços a palmilhar grandes florestas muito longe do colo da sua mãe, em busca de um inimigo que nunca lhe tinha feito outro mal que não fosse o de querer poder escolher o seu próprio destino; andou comendo pão cheio de bolor, carne estragada cheirando mal, andou jovem de G3 nos braços cheirando a ansiedade da morte longe do colo de sua mãe, para agora velho, cansado, mas teimoso, sentindo a falta do colo de sua mãe, do abraço e riso do seu pai, ver com olhos de ver, como é que os falsos amigos europeus e ditos ocidentais nos colocaram o freio nos dentes das nossas vidas sem que tenhamos dado um par de coices na defesa dos reais interesses do país.

Não foi com isto que sonhava quando era jovem e o país vivia a festa da Liberdade!

 

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