sexta-feira, 10 de março de 2023

22.11.29

 

Lê . Quanto mais lê menos ouve televisão. Até a rádio vai ficando reduzida à Antena 2 intervalada com os cd's antigos de música que comprava quando vivia desafogado. Ao ler, agora, o outro lado das coisas, caminha cada dia mais solitário sentindo a revolta adensando-se no seu íntimo. Afinal a vida é uma outra coisa e não apenas esta que invade a história e nos entra em casa sem pedir permisso. Vive-se num engano. O mundo virtual existe e ele que não acreditava nessas coisas de virtual, tem vivido nele, embora na outra margem. Anda, caminha e viveu acreditando no que dizia a comunicação social, para agora ir tomando conhecimento que grandes acontecimentos foram precedidos de mentiras difundidas como verdades inquestionáveis. 

Onde estará a verdade?, questiona-se.

É europeísta, sabe que a sonhada C.E.E. foi um logro que nos inundou com dinheiro ao mesmo tempo que nos arruinava o tecido empresarial produtivo na indústria, na agricultura e nas pescas, passando o “Zé” a viver uma vida à custa dos dinheiros da agora U.E. e do «Real Calote da Dívida Pública». Com uma economia dependente quase na totalidade do exterior como é que a mesma pode crescer a níveis de países industrializados? Agora os «liberais-socialistas» ou «socialistas-liberais» vendem-nos a ilusão do turismo como salvação para a nossa triste e débil economia; vendem-nos essa ilusão obedecendo aos senhores que em Bruxelas lhes ditam as ordens.

Se é certo que com a adesão à antiga C.E.E. atual U.E. passamos a ter melhores instalações hospitalares públicas, melhores escolas de ensino público, autoestradas por todo o país (algumas desnecessárias, construídas para benefício de certos lobbies), passamos, no reverso da medalha, a ter problemas na gestão do SNS cuja existência não agrada aos senhores do falso mas vigente capitalismo civilizado que nos governa; melhoraram as instalações escolares mas piorou a qualidade do ensino básico que representa os alicerces de toda uma educação cívica e futura para o saber. O facilitismo não é sinónimo de saber aprender. Passamos também a ter de comer conversas de atum e de sardinha de qualidade duvidosa (as marcas brancas de preço mais acessível ao comum do “Zé”), cuja origem do pescado é de outros mares, outras costas que não a nossa; abatemos grande parte da nossa frota pesqueira para vermos o nosso mar Atlântico ser invadido por arrastões que tudo destroem em nome da falsa sustentabilidade de que os políticos e os avençados ventrículos do poder sem rosto nos impingem com objetivo de sermos nós "Zé" a pagar.

Tantos e tantos outros exemplos de como fomos ludibriados. Ainda recentemente nos puseram as «patas sujas» em cima com a tal de troika, para agora andarem a esbanjar milhões e milhões fomentando uma guerra em terras alheias, quando antes foram testemunhas de acordos entre os beligerantes e nada fizeram e fazem pela Paz daquela região, e, pelo bem estar de todos os povos europeus.



Mas hoje é 29 de Novembro, um dia que marcou a vida dos antigos combatentes da 2ª Companhia de Caçadores do Batalhão de Caçadores 5010. Era manhã quando saíram do Campo do Grafanil nos arredores da cidade de Luanda em viaturas militares para o Aeroporto de Luanda, onde embarcaram no avião da Força Aérea.

Quando o avião levantou voo, sentiram que era verdade, vinham para as suas terras, para as suas famílias. Acabava o tempo de juventude-roubada que os Exmos. Senhores do Estado Novo lhes roubaram sem dó nem piedade. O "Puto" os esperava. Chegaram ao aeroporto de Figo Maduro quase ao final da tarde. Angola tinha ficado para trás e afinal, “Angola não era nossa”, como nos impingiam os senhores sem alma do Estado Novo Salazarista em versão Marcelista. Também aquela guerra de treze anos deveria ter sido evitada pelo diálogo e pelo respeito à autodeterminação dos povos, para bem de todos nós portugueses europeus e povos africanos de língua portuguesa. 

Como um dia disse Felicidade Alves, antigo padre, «Glória a Deus em sua transcendência. E Paz na terra aos homens, pois Deus a todos quer bem».

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