segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

10.12.23

 

O dia de ontem começou como sempre cedo, depois rumei ao mercado, praça, em Idanha a Nova que o Município designa como “Bio” o qual estava animado com várias bancas de produtos, talvez por se estar a aproximar o Natal. Já não estou nessa de biológico, façam e digam os publicitários pagos com dinheiros públicos sobre o assunto o que quiserem que eu passo ao lado dessas tretas.

No regresso da praça e do bom talho aproveitei a embalagem e fui abastecer a viatura de combustível à Zarza La Mayor. Ao chegar em Salvaterra do Extremo aos chamados Canhões do Erges, a água corrente do mesmo já passava por cima, alguém tinha destruído a fita que talvez a proteção civil ou a Junta de Freguesia lá colocaram como indicativo do perigo. Arrisquei, passei o pontão mas chegado à margem extremenha de imediato a minha sombra me criticou a ação. As autoridades da Extremadura mais à frente tinham a faixa de rodagem no sentido de Portugal obstruída com a indicação de estrada cortada por perigo no Rio Erges. Na estação de serviço estacionou atrás de mim o sr. Joaquim e sua mulher, meus vizinhos, cumprimentei-os e disse-lhes que iria voltar por Segura, que o seguro morreu de velho, já não tenho idade para pressas nem para correr riscos desnecessários. Assim fiz, relembrando viagens no tempo das alfândegas e do controle de passaportes quer em Piedras Albas quer em Segura, depois gosto não só da “carretera” que liga Piedras Albas à fronteira, como da vista que ao nos aproximarmos da mesma temos de Segura, terra onde nasceu meu pai, meu avô, tios e primos e onde agora dos vivos só um ou outro primo afastado por lá vive.

A Ponte de alicerces romanos sobre o Rio Erges que já foi fronteira oficial entre os dois países Ibéricos, que integrava o itinerário romano de Mérida a Braga, que por ela passavam os peregrinos que iam do sul da Ibéria a Santiago de Compostela, que por ela entrou o exército francês do general Junot com os seus amigos espanhóis da primeira invasão francesa que Napoleão Bonaparte empreendeu com o objetivo de retalhar o nosso Reino com seus aliados, hoje a ponte romana está doente nela só passam veículos ligeiros, a fronteira logística mudou-se para as Termas de Monfortinho, deixando as autoridades a ponte de alicerces romanos entregue ao esquecimento e às intempéries do tempo que a Natureza nos oferece, talvez isto aconteça por a ponte estar localizada na sempre pequena aldeia de Segura e não um pouco mais a norte em outras terras mais badaladas pelas autoridades.

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