domingo, 14 de janeiro de 2024

16.11.23

 

Não acredito na justiça. 

Dizem-me que a justiça é fundamental num Estado de Direito, mas também aí tenho dúvidas, porque não acredito na independência pura e absoluta da própria justiça, que ao longo da nossa existência sempre foi a emanação do poder da classe dominante e nunca dos cidadãos em geral.

O estado atual da política é a consequência de longo prazo do que se passou a 25 de Novembro de 1975, quando os representantes das forças conservadores e saudosistas do Estado Novo em aliança com militares dos setores moderados terminaram com a festa popular de esperança num país novo, independente e próspero.

Os cidadãos acreditaram que o voto era a sua arma democrática, que iríamos com o simples ato de votar de quatro em quatro anos alcançarmos a prosperidade que nos era anunciada a preto e branco e depois a cores como o caminho para o primeiro mundo.

Pacificamente entregámos o futuro de todos a uma classe política, que se veio a mostrar sem princípios éticos, morais e patrióticos; uma classe política agrupada em partidos em que uns e outros meteram na gaveta ou mesmo no arquivo morto os seus princípios ideológicos, passando a serem uns e outros apenas e só partidos de poder que paulatinamente nos têm desgovernado, vendendo a nossa independência aos burocratas da União Europeia a troco de rios de dinheiro fácil para continuarmos a ser um país pobre com ideias de rico.

Partidos de poder que se mostraram sempre mais preocupados com a partilha dos tachos e negociatas do que com o bem estar geral dos seus cidadãos. Partidos de poder que foram e vão vendendo ao desbarato bens estratégicos da nossa pobre economia.

Na ânsia da repartição dos tachos e da gestão das negociatas, deixaram e facilitaram os partidos do arco da governação, partidos de poder, que a comunicação social seja exercida por empresários liberais e neoliberais inimigos do Estado Social, promotores de uma nova classe de inquisidores, os neoinquisidores, que ao longo dos anos se instalaram nos aparelhos da justiça. Inquisidores justiceiros, agora designados como agentes do ministério público, que a exemplo dos seus antepassados de séculos atrás, não precisam de apresentar provas e factos concretos de judiaria ou bruxedo, agora com a designação de corrupção de presumíveis irregularidades, para prenderem, depois acusarem por suposições julgando na praça pública televisiva dos amigos empresários quem eles pretendem desgraçar politicamente.

Pôs-se o Partido Socialista a jeito de ser vítima dos novos neoinquisidores. Partido que se arvorou em vencedor da maioria silenciosa do 25 de Novembro como apoio do agente da CIA ao serviço como embaixador dos Estados Unidos.

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