quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

16.09.23

 

Dias cinzentos neste Setembro que chegou fresco como há muito não me lembro. Pela janela apercebo-me do céu cinzento, fui ver a previsão que indica 90% de probabilidade de chuva. Levantei-me, abri a janela para me certificar da previsão. Que havia vento já sabia pelos ramos da oliveira, caía uma chuva miudinha silenciosa. Voltei a sentar-me na cama, com o pensamento à roda entre o ter de sair para a rua com a Sacha e, o poder desfrutar deste amanhecer cinzento sentado no aconchego da cama, sozinho rodeado de tantas memórias que aqui vivem, fazendo-me igualmente companhia uma foto ausente, também ela uma presença que há muito anda comigo.

Estão a bater as sete da manhã, vou-me levantar, a Sacha não tem culpa que a tenha escolhido para viver comigo, assim eu tivesse feito outras escolhas ao longo desta viagem.

Tempo de recolhimento em que não apetece fazer nada, vivendo a dúvida se devo ou não deixar o sistema de rega a funcionar, é que em princípio só voltarei a 24 de Outubro e até lá como irá ser o tempo? De chuva ou de seca? Plantei umas couves, semeei de novo uns espinafres e como o amigo Zé me disse já coloquei na terra as favas de semente. As favas não irão precisar de rega, mas as couves têm de ser regadas caso o tempo seco volte como alguns gurus apontam para Outubro. Ainda tenho uns tomates a amadurecerem mas com este tempo húmido e frio não sei o que lhes irá acontecer, assim como aos pimentos.

Irei para a cidade levando comigo estas preocupações, porque sendo um quase nada ignorante das coisas do campo e da horta, tudo o que faço, tenho e cuido é feito com gosto e amor. Quando vou até aos chões de oliveiras que tenho sinto paz ao falar com elas e com uma outra azinheira e sobreira, enquanto que na cidade não consigo falar com as paredes de betão, nem com as sobreviventes árvores que vão existindo, muitas delas abandonadas à sua sorte depois de plantadas e rodeadas de tubagens de rega que depressa deixam funcionar por falta de funcionários que delas cuidem.

O dia vai avançando e com este céu cinzento daqui a pouco fica escuro.

A tarde de sábado é sempre um tempo mais complicado de passar e para fugir às recordações, às palavras de meu pai e ao sentir da carência que nas tardes de sábado gosta de me visitar, passei a tarde a jogar paciências.

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