quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

31.08.23

 

O Agosto deste ano chegou ao seu último dia. Os dias passam iguais na sua cadência de há milhões de anos. Dias iguais uns aos outros na monotonia da vida citadina de reformados e aposentados que sobrevivem engaiolados nas grandes cidades, com pouco ou nada por fazer que os obrigue a cumprirem deveres ou obrigações deixam-se ir na onda tóxica televisiva que o sistema criou para os usar segundo as tendências ditadas pelos neoliberais mais poderosos que o sistema vai gerando e autopromovendo para ele próprio continuar a dominar as nossas vidas na ilusória democracia em liberdade.

A foto encontrada por acaso está sempre presente, quando traduzo ou não em palavras o meu pensar o meu não enquadramento pacífico no rebanho submisso e acéfalo que desistiu de ler, de procurar ver, de observar as outras faces da vida, para poder desse modo tomar uma posição própria, consciente das suas opções.

Não é fácil olhar a vida da outra margem. Um olhar que induz o estado de tristeza quase permanente, sendo contudo um estado de tristeza bastante diferente daquele que o sistema nos seus muitos estudos científicos define como antecâmara dos estados depressivos gerados pelo modelo de vida consumista, qual essência necessária à manutenção do próprio sistema.

Na outra margem da vida a tristeza é consequência da opção filosófica e ideológica tomada, um olhar quantas vezes crítico às ações ondulantes do rebanho obediente e crente que se limita a acreditar no que lhe dizem os papagaios e pegas sem penas que na comunicação social televisiva debitam constantemente na tentativa de agradarem “à voz do dono”.

Na outra margem da vida também há alegria, a felicidade também tem lugar, mas qualquer que seja o estado vivido no momento ele é distinto do que acontece com a maioria do rebanho, porque não se aplica o ditado popular de «Maria vai com os outros», são momentos de emoções como que sagradas pelo respeito e pelo amor com que são vividos e partilhados.

Não, não é fácil mas é o caminho escolhido depois dos erros que ao longo do tempo fui cometendo.

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