segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

28.12.23

 

O fim do ano aproxima-se, sendo que nada de substancial irá mudar nas nossas vidas. Cresci sem que na nossa casa déssemos importância de maior à passagem de ano, a grande maioria das noites passávamo-las já deitados .

Há já uns anos que voltei a não dar importância à passagem de ano, pois como atrás disse nada de substancial irá mudar na vida das gentes, a ganância, a inveja, o ódio, a soberba assim como a mentira irão continuar a dominar a nossa sociedade atual; a paz irá continuar a ser falada como um objetivo a alcançar pelos arautos do sistema apresentados aos cidadãos como grandes especialistas na coisa, mas pelo caminho a mentira, a ganância, a soberba e a ambição irão continuar a colocar a guerra e o ódio no caminho para que a paz não seja uma realidade, já que as bases da atual fase do sistema capitalista liberalista não só precisam como são dependentes do desenvolvimento da industria de guerra criando continuamente armas cada vez mais mortíferas.

Pessimista? Talvez, mas qual foi o início de ano em que se verificaram acontecimentos, alterações qualitativas na vidas das gentes e das nações, qual foi esse ano, essa passagem?

Ainda não sei se em 2024 voltarei a olhar e a ouvir o que dizem nos canais televisivos; desde 25 de Outubro que só vejo televisão para olhar sem som os jogos de futebol do Sporting. Antigamente quando a mercantilização ainda não dominava a vida das gentes, logo pelo noticiário da hora de almoço do dia 31 de Dezembro se começava a ver as festas de fogo de artifício dos países que situados no Oceano Pacífico já tinham mudado de ano e calendário, e, assim se continuava até chegar a noite e podermos ver os nossos fogos de artifício, onde a Ilha da Madeira ocupava lugar especial, mas nos últimos anos com as exclusividades em guerras de manjerona entre canais televisivos mal cheirosos e alguns tóxicos, já nada me convida a ficar acordado para celebrar o momento com um cálice de porto ou uma ginjinha em cálice de chocolate.

Na manhã do dia 1 de Janeiro irei sair à mesma hora de todos os dias, entre as sete e as sete e meia, para a volta matinal com a minha amiga Sacha, iremos ver o Sol aparecer de nascente na lezíria lá pela outra margem do Tejo, que o planeta não altera os seus procedimentos no sistema solar há milhões de anos quanto mais por vontade dos humanos a festejarem uma data sem importância na sua constância, e no silêncio da manhã acompanhado pela sinfonia das aves irei na minha conversa com o Sagrada continuar com as minhas falas, sabendo que pelo certo não serei ouvido por quem me pode dar o pouco que me falta para encontrar a plena paz e com ela fazer o resto da minha caminhada, sabendo que o amor é a busca daquilo que me falta, pois sendo um quase nada, um tresmalhado do rebanho, recuso-me a seguir no ano de 2024 o rebanho da maioria que têm tanta coisa à sua volta que não vêm, nem ouvem, pelo que poucos são os que irão dar pela minha ausência.

Como só se aprende o caminho depois de perder muitas vezes, continuo a lutar para não perder a esperança recordando memórias que não perdi nem ganharam pó e com elas faço também o meu caminhar sem medo de olhar o passado já que tudo renasce sobre outras e várias formas.

«O céu abraça a Lua seja qual for a forma que ela toma» (provérbio hindu).

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