domingo, 14 de janeiro de 2024

26.10.23

Quando um governante, no caso a senhora ministra da coesão territorial, justifica a manutenção das portagens nas antigas scuts pelo facto da prioridade ser o incentivo à utilização de transportes coletivos e elétricos, não tendo condições políticas e geopolíticas para continuar a reduzir o valor das ditas portagens, fico a pensar de que serve ter um tal ministério dito de coesão se passado quase quatro anos da senhora ter sido investida, onde estão as ideias para a existência de tal ministério. Ideias já que à posteriori as mesmas podem não ser viáveis face ao liberalismo reinante nos governos da "Nova Ordem Democrática".

Privatizaram-se os transportes públicos, como tal, impera e bem nas empresas privadas o método da rentabilidade lucrativa levando à diminuição da oferta de transporte pela fraca densidade populacional do interior, mas a senhora que é ministra da coesão territorial parece, infelizmente, desconhecer a realidade das populações na maioria envelhecidas de fracos rendimentos que estoicamente resistem e vivem no interior do país, porque nunca o centralismo Lisboa-Porto foi capaz de implementar o desenvolvimento económico do território, com políticas fiscais diferenciadoras do litoral e interior, e, enquanto tal não for encarado o interior irá marcar passo e retroceder para que ministros, secretários de estado e políticos venham botar discurso, comer a boa cozinha regional saindo a correr em carros de muitos cavalos pelas tais scuts sem pagarem portagem do seu bolso pessoal. Algumas das scuts publicitadas como para facilitar o desenvolvimento do interior foram muito mais para satisfazer interesses privados dos lóbis do betão amigos do poder, do que propriamente para o prometido desenvolvimento que nos últimos se converteu em inexistente coesão territorial.

 

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